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Indicado de Trump ao Departamento de Justiça criticou investigação sobre trama russa

20/12/2018 19h02

Washington, 20 dez 2018 (AFP) - O indicado de Donald Trump para chefiar o Departamento da Justiça redigiu, há seis meses, um memorando não solicitado, criticando a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a suspeita de obstrução da Justiça por parte do presidente americano no caso da trama russa - informou a imprensa local nesta quinta-feira (20).

O memorando de William Barr foi considerado uma potencial ameaça à investigação de Mueller e uma possível blindagem de Trump, se Barr for confirmado pelo Senado como novo procurador geral, no lugar de Jeff Sessions.

Barr, que já foi secretário de Justiça (1991-1993) no governo de George Bush pai, indicou no memorando que Trump tinha a atribuição legal de demitir (em maio de 2017) o então diretor do FBI (a Polícia Federal americana), James Comey, por ter-se negado a aliviar a pressão sobre a investigação da trama russa. Assim, segundo ele, não representaria um caso de obstrução da Justiça, noticiou "The Wall Street Journal".

No documento, enviado para o Departamento de Justiça em junho, Barr disse ainda que a investigação de Mueller sobre a suposta obstrução do presidente era "fatalmente equivocada" e "grosseiramente irresponsável", acrescentou o jornal.

Barr afirmou que enviou o memorando ao Departamento de Justiça como uma contribuição do ponto de vista de um ex-funcionário.

A investigação de Mueller e de sua equipe é vista como uma das maiores ameaças legais à presidência de Trump.

"Isso é preocupante: a crítica não solicitada de Barr à investigação de Mueller sobre uma obstrução da Justiça por parte de Trump deve ser questionada no Comitê Judiciário do Senado", disse Laurence Tribe, professor da Faculdade de Direito de Harvard.

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