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Dez soldados das forças pró-governamentais no Iêmen após a trégua

25/12/2018 21h26

Dubai, 25 dez 2018 (AFP) - Dez soldados das forças pró-governamentais morreram em Hodeida e 143 ficaram feridos depois que na semana passada entrou em vigor um frágil acordo de cessar-fogo nesta província iemenita, informou nesta terça-feira (25) um oficial da coalizão pró-governamental.

Em declarações feitas à AFP sob anonimato, este militar acusou os rebeldes huthis de violar o cessar-fogo que começou a ser aplicado em 18 de dezembro, em Hodeida.

"Desgraçadamente, os huthis tentaram provocar uma resposta da coalizão", disse o oficial, que pela primeira vez deu um balanço de mortos após a entrada em vigor da trégua nesta província do sudoeste do Iêmen.

Os rebeldes huthis, que contam com o apoio do Irã e controlam a capital, Sanaa, e as forças pró-governamentais, apoiadas pela Arábia Saudita, se acusam mutuamente de ter violado o cessar-fogo acordado na Suécia, sob mediação da ONU.

O oficial defendeu que a coalizão pró-governamental "não tinha efetuado bombardeios aéreos, nem disparos de artilharia após o início do cessar-fogo".

Segundo a ONU, o chefe da equipe de observadores da ONU, o holandês Patrick Cammaert, presidirá na quarta-feira a primeira reunião do comitê, formado por representantes huthis e das forças pró-governamentais, encarregado da aplicação da trégua e da retirada dos combates dos portos de Hodeida, Salif e Ras Issa.

Após sua chegada no sábado, no Iêmen, Cammaert pediu aos dois lados que respeitem a trégua.

O oficial da coalizão pró-governamental assegurou que "apoiavam os esforços" do encarregado da ONu, mas "se estes não frutificam, nos reservamos o direito de impulsionar uma nova ofensiva" em Hodeida, uma cidade portuária estratégica por onde circula a maior parte da ajuda humanitária no país.

A guerra no Iêmen deixou pelo menos dez mil mortos desde 2015 e provocou a pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.

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