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Roger Stone, 'velho amigo' de Trump, é acusado no caso russo

25/01/2019 19h05

Fort Lauderdale, Estados Unidos, 25 Jan 2019 (AFP) - Roger Stone, "amigo antigo" e ex-assessor do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, preso nesta sexta-feira (25) no âmbito da investigação da trama russa, foi libertado após pagamento de fiança.

Na saída do tribunal, o consultor político de 66 anos anunciou ter se declarado inocente do que chamou de acusações com viés "político" da investigação dirigida pelo promotor especial Robert Mueller.

Stone é acusado de mentir sobre suas relações com o WikiLeaks, organização que publicou e-mail particulares hackeados da rival democrata de Trump nas eleições, Hillary Clinton.

Ao comentar as condições de prisão de seu ex-assessor - detido por policiais fortemente armados antes do amanhecer em sua casa de Fort Lauderdale - Trump voltou a denunciar contundentemente uma "casa às bruxas" contra ele.

"A maior caça às bruxas da história do nosso país. Não há conluio. Coiotes nas fronteiras, narcotraficantes e traficantes de pessoas recebem um tratamento melhor. Quem alertou a CNN para estar ali?" - tuitou o presidente.

Stone, estrategista político veterano, é o último membro do entorno de Trump envolvido nas investigações de Mueller.

- 'Nada a ver com o presidente' -Stone foi libertado sob fiança de US$ 250 mil, após comparecer a um tribunal da Flórida.

O confidente do presidente foi acusado em sete processos, incluindo obstrução de um procedimento oficial, falsos testemunhos e manipulação de testemunhas.

"Me declarei inocente dessas acusações", afirmou. "Acho que é uma investigação motivada politicamente".

Stone insistiu que não vai depor "contra o presidente". "Sou um de seus amigos mais antigos, sou um fervoroso partidário do presidente, acho que está fazendo um grande trabalho", afirmou.

A Casa Branca negou que isso envolva Trump, que rejeita qualquer conivência com agentes russos. "Isso não tem nada a ver com o presidente e, certamente, nada a ver com a Casa Branca", disse a porta-voz Sarah Sanders à CNN.

Esta acusação é a primeira em meses emitida por Mueller, que examina os esforços russos para influenciar as últimas eleições presidenciais nos Estados Unidos, e se Trump e seus assessores tentaram obstruir a justiça.

- 'Linha segura' -Stone, que começou sua carreira como assistente de campanha de Richard Nixon, foi conselheiro em várias campanhas políticas americanas nas últimas décadas.

Ele foi um dos primeiros membros da campanha de Trump e embora meses depois tenha se afastado, continuou ligado ao hoje presidente nas eleições de 2016, de acordo com a acusação.

"Por volta de 04 de outubro de 2016, (um) apoiador envolvido na campanha Trump perguntou para Stone através de uma mensagem de texto se ele tinha 'ouvido mais sobre Londres'", onde está refugiado Julian Assange, fundador do WikiLeaks, observa a acusação.

"Stone respondeu: 'Sim, eu quero falar em uma linha segura. Você tem WhatsApp?' Posteriormente, Stone disse ao defensor que mais material seria publicado e que seria prejudicial para a campanha de Clinton", acrescenta.

O WikiLeaks negou qualquer comunicação direta com Stone. Em dezembro de 2018, Stone negou ter tido contato com Assange durante a campanha presidencial de 2016.