Crescem rumores sobre primárias republicanas para 2020 nos EUA
Washington, 29 Jan 2019 (AFP) - Enquanto os democratas começam a se organizar para a corrida presidencial de 2020, aumentam os boatos sobre a possível ausência do presidente Donald Trump como candidato de seu partido.
Com um índice médio de aprovação que beira os 40% (com registros ainda mais baixos em algumas pesquisas), crescem as especulações de que o partido poderia realizar primárias para escolher seu candidato à presidência. Com isso, Trump não seria automaticamente o candidato do GOP à reeleição.
Trump foi bastante criticado pelo último "shutdown" do governo federal - o segundo ocorrido em sua gestão. Embora tenha durado mais de um mês, essa paralisia parcial não resultou no acordo desejado por Trump para obter recursos e cumprir uma de suas promessas de campanha: a construção de um muro na fronteira com o México.
Além disso, está chegando o momento em que o procurador especial Robert Mueller divulgará o relatório final de sua investigação ainda em curso, aberta para determinar se houve conluio entre membros da equipe de campanha de Trump e a Rússia para elegê-lo em 2016.
É raro para um presidente, potencial candidato a um novo mandato, ser desafiado por um membro de seu próprio partido. Ainda assim, há precedentes.
Em 1976, Ronald Reagan, ex-governador da Califórnia, tentou tirar a indicação republicana do presidente Gerald Ford.
Quatro anos depois, o presidente Jimmy Carter teve de enfrentar o senador por Massachusetts Ted Kennedy, em duras prévias democratas.
E, em 1992, o presidente George H.W. Bush impediu a tentativa do comentarista de extrema direita Pat Buchanan.
Cada um desses três presidentes que teve de enfrentar o desafio de uma primária perdeu a eleição depois.
- Vários nomes em circulação -É preciso remontar a 1884 para encontrar o último presidente que fracassou em conseguir a aprovação de seu partido: Chester Alan Arthur, então doente, perdeu a indicação republicana para James Blaine.
Embora nenhum republicano tenha, até o momento e oficialmente, lançado o desafio a Trump, vários nomes já estão circulando. Entre eles, o do ex-governador de Ohio John Kasich.
Aos 66 anos, esse republicano moderado não descartou entrar na corrida pela Casa Branca. Na semana passada, disse a estudantes da Universidade da Flórida que "todas as opções estão sobre a mesa".
"Me interessa apenas se eu puder ganhar", declarou o jornal "Gainesville Sun".
"Não me interessa ser candidato para prejudicar outra pessoa", completou.
Outro nome na bolsa de apostas é o do governador de Maryland, Larry Hogan. Este republicano de centro se reelegeu com facilidade em novembro passado em um estado amplamente democrata.
Segundo o jornal "The Washington Post", Hogan, de 62 anos, "faz consultas com conselheiros e críticos de Trump dentro do Partido Republicano" sobre uma potencial candidatura à presidência.
O Post afirma que Hogan, que critica o presidente abertamente, poderia atrair "os dissidentes republicanos que buscam uma alternativa menos polarizadora ao presidente Trump".
Hogan parece ainda não ter-se decidido. O jornal cita pessoas próximas que consideram pouco provável que ele se apresente, "a menos que Trump fique seriamente enfraquecido, ou decida não brigar por um segundo mandato".
A lista de potenciais candidatos incluiria nomes como o senador do Arizona que vai se aposentar Jeff Flake, de 56 anos, um crítico de Trump, e o senador por Utah Mitt Romney, de 71, derrotado por Barack Obama na disputa de 2012.
Por enquanto, a popularidade de Trump entre os eleitores republicanos continua alta, em quase 80%.
Segundo analistas políticos, esse número precisa cair até que seja realista considerar alguém com força para desafiar Trump.
cl/iba/la/tt
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