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'Guaidó não está pedindo um golpe de Estado', diz seu delegado na OEA

29/01/2019 21h27

Washington, 29 Jan 2019 (AFP) - O representante especial do parlamento da Venezuela na Organização dos Estados Americanos (OEA) disse, nesta terça-feira (29), que Juan Guaidó "não está pedindo um golpe de Estado".

"A única coisa que ele está pedindo é que o pessoal militar sequestrado por um comando ineficiente, servil e corrupto cumpra seu juramento", disse em uma conferência em Washington Gustavo Tarre, que foi nomeado delegado depois de que o Parlamento declarou o presidente venezuelano Nicolás Maduro como "usurpador".

A conferência de Tarre foi interrompida por três ativistas, uma delas Medea Benjamin, da organização Code Pink, conhecida por protestar em atos oficiais. As três foram desalojadas da sala.

Benjamin já havia interrompido em uma sessão na OEA quando levantou um cartaz que dizia "OEA, não apoie um golpe de Estado na Venezuela".

Guaidó, que se autoproclamou presidente interino na semana passada, nomeou nesta terça-feira representantes diplomáticos em uma dezena de países que reconheceram sua autoproclamação, e nos Estados Unidos o opositor Carlos Vecchio atua como encarregado de negócios, após a ruptura de relações diplomáticas entre Caracas e Washington.

Para Tarre, a pressão das pessoas nas ruas, as sanções econômicas e as sanções contra o pessoal militar "vão ser uma conjunção de forças que vão retirar Maduro".

"Não acredito que ninguém na Venezuela esteja disposto a morrer por Maduro", afirmou, explicando que nas guerras civis normalmente há pessoas com convicções fortes.

Na Venezuela "há gente corrupta, há gente que tem afinidade com Maduro mas ninguém quer lutar e morrer por Maduro, acho que ninguém, nem mesmo Cilia, a mulher dele".

Segundo o mandato que lhe foi concedido pelo Legislativo na Venezuela, Tarre tem a missão de coordenar com a OEA "ações necessárias para o restabelecimento do ordenamento constitucional e democrático" no país.

No dia em que Maduro assumiu seu segundo período no governo, a OEA aprovou uma resolução para declarar seu mandato ilegítimo.

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