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Para EUA, é pouco provável que Coreia do Norte desista das armas nucleares

29/01/2019 18h32

Washington, 29 Jan 2019 (AFP) - É pouco provável que a Coreia do Norte esteja disposta a abandonar todas suas armas nucleares, apesar dos esforços do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para negociar um acordo com Pyongyang, informou o diretor de Inteligência dos Estados Unidos nesta terça-feira (29).

"Continuamos acreditando que é pouco provável que a Coreia do Norte esteja disposta a abrir mão de todas as suas armas nucleares e capacidade de produção, embora pretenda negociar uma desnuclearização parcial para obter importantes concessões internacionais e norte-americanas", disse Dan Coats em um relatório ao Congresso americano.

Apesar da suspensão dos testes nucleares e balísticos "há um ano" e "o desmantelamento reversível de algumas partes das infraestruturas, (...) estamos constatando atividades não compatíveis com uma desnuclearização total", acrescentou.

Esta análise se encontra a anos luz das declarações do presidente americano depois da cúpula histórica com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, em 12 de junho do ano passado em Singapura. "Já não há ameaça nuclear por parte da Coreia do Norte", afirmou Trump.

No entanto, Coats aponta em seu relatório que em Singapura Kim falou de uma "desnuclearização completa da península coreana", formulação que inclui sua exigência de que Estados Unidos ponha fim a seus exercícios militares na região.

"A Coreia do Norte continuará com seus esforços para mitigar os efeitos da campanha de pressão liderada pelos Estados Unidos, sobretudo a partir do compromisso diplomático, pressões contra as sanções impostas ao regime e à evasão direta de sanções", apontou a Coats no relatório.

Segundo o texto, a avaliação anual das ameaças contra os Estados Unidos da comunidade de inteligência americana, aponta que os líderes norte-coreanos consideram que ter capacidade de armamento nuclear é "crítico para a sobrevivência do regime".

Segundo o documento, o líder norte-coreano Kim Jong Un, que planeja uma segunda cúpula com Trump provavelmente no final de fevereiro, está tentando seduzir a China e a Coreia do Sul para que lhe ajudem a pressionar Washington para que reduza a pressão das sanções sem fazer concessões nucleares significativas.

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