EUA acabará na sexta com ajuda a serviços de segurança palestinos
Ramallah, Territórios palestinos, 30 Jan 2019 (AFP) - A ajuda que os Estados Unidos fornecem aos serviços de segurança palestinos acabará esta semana a pedido da Autoridade Palestina, pois esta não quer se expor a processos por suposto financiamento do terrorismo, indicou um responsável palestino nesta quarta-feira (30).
Esta assistência, cuja parte mais significativa continua sendo dos Estados Unidos em um contexto de congelamento das relações, cessará a pedido da própria Autoridade, disse à AFP Saëb Erekat, segundo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), da qual emana a Autoridade, embrião do governo palestino.
O fim desta ajuda gera muitas perguntas sobre as possíveis repercussões para a segurança na Cisjordânia ocupada.
Esta decisão é motivada pela adoção nos Estados Unidos em 2018 da chamada Anti-Terrorism Clarification Act (ATCA), que autoriza cidadãos americanos a processar por terrorismo entidades estrangeiras que contem com a ajuda americana.
Os responsáveis americanos e israelenses também acusam frequentemente a Autoridade Palestina de impulsionar a violência ao fornecer dinheiro a parentes de autores de ataques que estão na prisão, ou às famílias dos que morreram pelas mãos das forças de Israel.
"Os fundos serão cortados", indicou Erekat em Ramallah, onde a Autoridade tem a sua sede. "Não queremos dinheiro se for para acabar nos tribunais", acrescentou.
Para a Autoridade, o risco é considerável: vítimas ou parentes de vítimas de atentados palestinos e de organizações que os apoiam buscam há algum tempo que condenem nos Estados Unidos autoridades palestinas pelo papel que lhes imputam nestes ataques.
As ações de indenização poderiam chegar a somas muito altas.
Com o fim desta ajuda americana, calculada em 35 milhões de dólares por ano, a crucial cooperação em termos de segurança entre a Autoridade Palestina e Israel pode se ver afetada.
A cooperação entre serviços de segurança palestinos e israelenses tem contribuído para desativar dezenas de atentados anti-israelenses, e reduzir as atividades do movimento islamita Hamas.
Meios de comunicação informaram que Israel expressou a sua preocupação aos Estados Unidos e os convidou a encontrar uma solução.
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