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Ação militar dos EUA na Venezuela seria 'fora de propósito', diz Mourão

"A questão da Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos", disse Mourão à AFP - Fepesil/Futura Press/Estadão Conteúdo
"A questão da Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos", disse Mourão à AFP Imagem: Fepesil/Futura Press/Estadão Conteúdo

21/02/2019 20h51

O vice-presidente Hamilton Mourão considerou nesta quinta-feira (21) que as ameaças de intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela são, sobretudo, retóricas e que sua execução seria "fora de propósito".

"Acho que [a ameaça] está mais no campo da retórica do que na ação", disse Mourão em entrevista à AFP em Brasília. "Seria muito prematuro e muito fora de propósito os Estados Unidos realizarem uma intervenção militar dentro da Venezuela. A questão da Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos", acrescentou.

O presidente americano, Donald Trump, reafirmou no começo de fevereiro que o uso da força na Venezuela seria "uma opção" considerada diante da crise política naquele país.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou o fechamento total da fronteira terrestre com o Brasil a partir desta quinta, a dois dias da entrada prevista de ajuda humanitária procedente do país, de Colômbia e de Curaçao, solicitada pelo líder opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino.

Mourão considerou que essa decisão para o Brasil "não significa um ato de agressão".

"Vejo essa reação simplesmente para impedir que ocorra esse processo de ajuda humanitária", destacou, esclarecendo que a Venezuela tem a liberdade de fazer o que quiser do seu lado da fronteira.

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, descartou, por sua vez, o risco de fricções.

"O governo brasileiro não identifica nesse momento possibilidades de fricção na região porque o ponto focal é a ajuda humanitária", assegurou o porta-voz Otávio Rêgo Barros, que acrescentou que o Brasil manterá o apoio logístico à operação dentro do território nacional, conforme previsto.