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Da era Heisei à era Reiwa, como o Japão mudou com o imperador Akihito

30/04/2019 07h52

Tóquio, 30 Abr 2019 (AFP) - O imperador Akihito cedeu, nesta terça-feira, o trono ao seu filho após mais de 30 anos de império que viu a transformação do Japão e o seu declínio.

Estas foram algumas das mudanças, profundas ou anedóticas, que simbolizam a passagem da era Heisei, "culminação da paz", à era Reiwa, união de dois ideogramas que podem significar "agradável" ou "ordem" e "harmonia" ou "paz".

- Declínio demográfico -Quando Akihito se tornou imperador em 1989, o Japão, orgulhoso de seu milagre econômico do pós-guerra, vivia na euforia da bolha financeira e imobiliária, com uma população de 123 milhões de pessoas.

Ao fim de sua era, a população não é muito mais numerosa e a falta de dinamismo demográfico é um dos problemas sociais e econômicos mais importantes do arquipélago.

Nos primeiros anos de seu império, a população aumentou, alcançando um pico de 128 milhões há uma década.

Mas, desde então, não parou de cair e a taxa de natalidade é cada vez mais baixa.

O Japão tem, atualmente, 126 milhões de habitantes.

- Destronado pela China -Durante o reinado de Akihito, o Japão perdeu seu posto de segunda maior potência econômica mundial, que hoje é ocupado pela China.

A ascensão do gigante asiático foi acompanhada por um reforço dos laços econômicos com o Japão, apesar das tensas relações diplomáticas.

A China é agora o principal parceiro comercial do Japão, à frente dos Estados Unidos.

- As mulheres pouco presentes -Quando Akihito subiu ao trono, menos de 4% dos assentos no Parlamento eram ocupados por mulheres.

A taxa atual é de 14%, mas o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe tem apenas uma ministra, apesar das promessas de dar mais lugar às mulheres no mercado de trabalho, uma política batizada de "womenomics".

- Paraíso dos fumantes -Durante anos, o Japão foi considerado o paraíso dos fumantes.

As muitas campanhas de saúde pública contra o tabagismo e uma política mais estrita, fizeram que a taxa de 61% de homens fumantes em 1989 e 12% de mulheres, caísse atualmente para 28% dos homens e 9% das mulheres.

Mas o país não restringiu por completo a autorização de fumar em locais públicos, como em restaurantes.

Uma nova lei foi votada e entrará em vigor em 2020, mas ela não vai obrigar os restaurantes com uma área de menos de 100 m2 proibir os clientes de fumar. Por essa razão, 55% dos locais estarão isentos de cumprir essa legislação.

- Assentos sanitários high-tech -Entre os numerosos prazeres da vida cotidiana do Japão, os banheiros estão entre os primeiros.

Esses lugares tornaram-se joias tecnológicas com assentos sanitários equipados com sistema de limpeza automática e inúmeras opções que desorientam o profano, como ruídos de água artificial que servem para esconder todo o som potencialmente incômodo.

Segundo as estatísticas oficiais, 80% das casas estão equipadas com tais tecnologias. O número era de apenas 14% em 1992, quando os dados começaram a ser registrados.

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