Theresa May propõe novo acordo do Brexit, com opção de segundo referendo
A primeira-ministra britânica Theresa May propôs, nesta terça-feira, aos parlamentares que votem um quarto acordo do Brexit, incluindo desta vez a possibilidade de opinarem sobre a celebração de um segundo referendo e uma união aduaneira temporária com a União Europeia (UE).
"Há uma última chance de encontrar uma maneira" de dar fim ao impasse do Brexit, afirmou a primeira-ministra conservadora, que incluiu neste "novo acordo", sem data de votação estabelecida, as exigências do opositor Partido Trabalhista - com quem estava negociando até sexta-feira.
Iniciados no começo de abril, esses diálogos com a oposição tinham como objetivo encontrar um acordo suscetível de obter apoio de uma maioria do Parlamento - que desde janeiro rejeitou três vezes o texto assinado em novembro pela primeira-ministra e seus 27 sócios europeus.
Mas, após o seu fracasso depois de seis semanas negociando, a primeira-ministra parece estar decidida a fazer concessões.
May já tinha anunciado intenção de submeter um novo acordo à votação do Parlamento, desta vez no formato de uma Lei sobre o Acordo de Retirada. Se os deputados aprovarem seu projeto, ela propõe que eles votem a eventual convocação de um segundo referendo e a manutenção temporária do Reino Unido numa união aduaneira com a UE.
Após o referendo de junho de 2016, no qual 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit, o Reino Unido deveria ter deixado a UE em 29 de março de 2019.
Contudo, a recusa do Parlamento ao acordo de divórcio com Bruxelas levou May a adiar este prazo - atualmente estabelecido para 31 de outubro, com a possibilidade de deixar o bloco antes se encontrar uma solução para o entrave.
O número dois de Downing Street, David Lidington, tinha dito há duas semanas que o governo tentava encontrar uma solução "antes do recesso de verão" do Parlamento britânico, que começa em 20 de julho.
A líder conservadora assegurou nesta terça que seu projeto dará garantias adicionais sobre os direitos dos trabalhadores e da proteção do meio ambiente, duas questões que figuram entre as condições da oposição de esquerda.
Nas três votações anteriores na Câmara dos Comuns, o acordo de Brexit de May foi rejeitado por dezenas de deputados rebeldes de suas próprias fileiras conservadoras, os mais eurocéticos descontentes com a condução das negociações com Bruxelas.
Para tentar convencê-los a votar a favor de seu texto, May prometeu deixar o poder assim que o texto fosse aprovado.
Os antieuropeus mais radicais consideram que a chefe de governo fez concessões inaceitáveis para a UE e querem tirá-la do cargo para a segunda, e mais importante, etapa do Brexit: as negociações sobre o futuro relacionamento.
No entanto, essa promessa desesperada não foi suficiente para que o acordo fosse aprovado. Como resultado, May se voltou para a oposição trabalhista, aumentando ainda mais o descontentamento no seu partido, cujos deputados pediram na semana passada que ela defina uma data para sua renúncia, qualquer que seja o resultado da próxima votação.
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