Militares no poder no Sudão se comprometem a "aplicar" acordo de transição
O Conselho Militar no poder no Sudão prometeu, hoje, "aplicar" e "preservar" um acordo alcançado com as lideranças dos protestos, que define as principais linhas da futura fase de transição e que levou os manifestantes a suspenderem a campanha de desobediência civil.
Os generais e as lideranças dos protestos aceitaram ontem uma presidência alternativa à frente de um Conselho Soberano - futura instância encarregada de dirigir uma transição política durante três anos.
A iniciativa, auspiciada por mediadores da Etiópia e da União Africana, representa uma distensão após vários meses de embates, que levaram à destituição pelo exército do presidente Omar al-Bashir em abril.
"O Conselho Militar se compromete a preservar o acordado, e a velar por sua aplicação", informou em um discurso televisionado o chefe do Conselho Militar de transição, Abdel Fatah al Burhan.
O Conselho Soberano será composto por cinco militares e seis civis, cinco deles vindos da Aliança pela Liberdade e Mudança, líder dos protestas.
Segundo os termos do acordo, os militares presidirão a transição durante 21 meses e depois os civis ganharão espaço por 18 meses.
Os Estados Unidos celebraram hoje essa saída da crise, que considera uma "etapa importante" para a transição no Sudão.
O texto final do acordo está sendo redigido por um comitê de especialistas, mas deverá estar pronto para ser assinado a partir da próxima semana.
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