Secretário do Trabalho dos EUA renuncia por atuação em caso de empresário acusado de abuso infantil
O secretário do Trabalho dos Estados Unidos, Alexander Acosta, anunciou sua renúncia hoje, em meio a críticas por oferecer tratamento favorável ao bilionário Jeffrey Epstein em um caso de abuso infantil quando ele era procurador há uma década.
"Eu liguei para o presidente esta manhã e disse a ele que achava certo renunciar", afirmou o funcionário em uma aparição na Casa Branca junto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Acosta chegou a defender na quarta-feira o acordo que ofereceu há uma década ao milionário Jeffrey Epstein, acusado de abuso sexual de menores, que foi condenado a apenas 13 meses de prisão.
Em um encontro com jornalistas, Acosta negou ter sido parcial num acordo judicial considerado demasiado favorável a Epstein, quando era procurador federal em 2008.
Mas Epstein, de 66 anos e amigo de várias figuras poderosas, como o presidente americano, Donald Trump, e o ex-presidente democrata Bill Clinton, foi acusado novamente na segunda-feira de abuso sexual de dezenas de jovens menores de idade.
Desta vez enfrenta até 45 anos de prisão por essas acusações que remontam à mesma época das denúncias anteriores.
Trump, que defendera Acosta depois da prisão de Epstein, descreveu-o como um "tremendamente talentoso" e um "grande secretário do Trabalho" que fez um "trabalho muito bom".
O presidente disse que Patrick Pizzella, o vice de Acosta, "fará o trabalho. Altamente recomendado por Alex. Vai estar agindo. Ele já foi informado".
De acordo com os promotores, Epstein explorou sexualmente dezenas de garotas adolescentes menores de idade em suas casas em Manhattan e Palm Beach, Flórida, entre 2002 e 2005. Algumas tinham apenas 14 anos.
Na quarta-feira, Acosta respondeu a uma série de perguntas de repórteres sobre a gestão do caso de Epstein por seu gabinete quando ele era procurador federal na Flórida.
O acordo alcançado com Epstein exigia que ele admitisse uma única acusação estadual de solicitar prostituição de um menor e registrar-se como ofensor sexual.
"Ele é um homem perigoso e deve ficar entre as grades", afirmou Acosta. "Suas ações merecem uma sentença muito mais dura", reconheceu.
Jogada de risco
Acosta disse que os procuradores concordaram com o acordo, em vez de levar Epstein a julgamento por acusações mais sérias, porque isso seria uma "jogada de risco".
"O objetivo aqui foi direto", disse. "Colocar Epstein atrás das grades, garantir que ele se registrasse como agressor sexual, fornecer às vítimas os meios para buscar a reparação e proteger o público, notificando-o de que um predador sexual estava em seu meio".
Outra suposta vítima de Epstein foi a público na quarta-feira com a alegação de que ele a estuprou quando ela tinha 15 anos de idade.
Jennifer Araoz, hoje com 32 anos, contou à NBC News que foi recrutada por uma mulher fora de sua escola em Nova York em 2001 para se encontrar com Epstein em sua casa em Manhattan. Ela disse que no outono de 2002, Epstein a estuprou.
"Ele me estuprou violentamente", disse Araoz, acrescentando que ela não voltou à casa dele depois daquele dia. Ela disse que na época teve medo de ir às autoridades.
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