Seis milhões de pessoas cairão na extrema pobreza na América Latina em 2019, diz Cepal
Seis milhões de pessoas cairão em extrema pobreza na América Latina em 2019, elevando o número total de pessoas pobres para 191 milhões, seguindo uma linha ascendente de indicadores desde 2015, segundo um relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
"Em 2019, o número de pessoas em situação de pobreza aumentará para 191 milhões, dos quais 72 milhões em situação de extrema pobreza", seis milhões a mais que os 185 milhões de pessoas pobres relatadas em 2018, diz o relatório da Cepal divulgado hoje em uma coletiva de imprensa.
Dessa evolução, destaca-se "o fato de que praticamente todas as pessoas que se somam neste ano à estatística da pobreza são integradas diretamente à pobreza extrema", acrescenta.
Com esse indicador, a taxa de pobreza aumentaria a 30,8% da população da América Latina em 2019, o que equivale a um aumento de 0,7% em relação aos 30,1% de 2018.
A pobreza extrema ficaria em 11,5% em 2019, uma alta de 0,8% em relação ao ano anterior.
"A pobreza afeta principalmente menino, meninas e adolescentes, mulheres, pessoas indígenas e afrodescendentes, moradores de áreas rurais e desempregados", resume o relatório.
A Cepal, um organismo das Nações Unidas com sede em Santiago, destaca que a alta de 2,3 pontos da pobreza entre 2014 e 2018 na média regional "se explica basicamente pelo aumento registrado no Brasil e na Venezuela".
Nos demais países, a tendência dominante nesse período "foi de diminuição, devido, principalmente, a um aumento das receitas com trabalho para famílias com menos recursos, mas também a transferências públicas dos sistemas de proteção social e privadas, como as remessas em alguns países", afirma a Cepal.
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