EUA ameaçam com represália países que não aceitarem migrantes repatriados
Os Estados Unidos farão represálias contra os países que não aceitarem a deportação de seus cidadãos em meio à pandemia da covid-19, advertiu hoje um alto funcionário do governo do presidente Donald Trump.
O funcionário, que falou com jornalistas pedindo anonimato, não mencionou a que país ou países a ameaça se dirige.
El Salvador parecia ser um e, possivelmente, a Guatemala. Ambos anunciaram na semana passada que deixariam de aceitar voos com cidadãos expulsos dos Estados Unidos.
Apesar disso, desde então a Guatemala permitiu três voos de repatriação, incluindo um na segunda-feira com 85 pessoas a bordo, das quais duas foram isoladas ao chegar por terem sintomas de contágio, informaram as autoridades guatemaltecas.
"Custa imaginar porque um país não repatriaria seus cidadãos rapidamente", disse o funcionário americano em uma entrevista por telefone.
"Não é uma posição aceitável para o governo dos Estados Unidos", afirmou.
O funcionário disse que a falta de cooperação nas repatriações seria levada em conta por Washington e que a administração Trump anunciará medidas a esse respeito esta semana.
"Temos a intenção de atuar em resposta, se necessário", disse.
Milhões de migrantes de El Salvador, Guatemala e Honduras entraram ou tentaram entrar de forma ilegal nos Estados Unidos nos últimos anos, a maioria solicitando asilo e esperando em território americano pela solução de seu caso.
Mas com o início do governo de Donald Trump, em 2017, os Estados Unidos endureceram severamente as regras para conceder asilo.
No ano passado foram feitos acordos com cada um dos três países para aceitar migrantes repatriados, mas até agora só foi implementado um convênio com a Guatemala, onde migrantes que solicitaram refúgio nos Estados Unidos esperam em território guatemalteco o processamento de seus pedidos.
Ao anunciar na última quinta-feira a retomada "parcial" dos voos de guatemaltecos repatriados, o governo da Guatemala disse que continuam suspensos os traslados para o país de migrantes hondurenhos e salvadorenhos, como consta no acordo assinado com os Estados Unidos para tentar diminuir a migração irregular.
O governo de Trump, que fez da luta contra a imigração ilegal uma de suas prioridades, anunciou na semana passada que durante essa situação de emergência não deixará de perseguir estrangeiros sem documentos, mas vai se concentrar em quem cometeu delitos para não atrapalhar as análises de saúde necessárias na pandemia.
Na semana passada, tanto Guatemala como El Salvador mostraram preocupação com o avanço do novo coronavírus ao anunciar as suspensões de voos internacionais.
Mas o funcionário americano enfatizou que os expulsos são examinados para avaliação do risco de infecção.
As pessoas nos voos de repatriação "fazem exames médicos antes de sair dos Estados Unidos", assegurou.
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