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Maduro diz que americanos detidos serão julgados pela justiça venezuelana

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro -
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

em Caracas (Venezuela)

06/05/2020 19h54

A justiça venezuelana julgará os dois americanos detidos na segunda-feira e acusados de planejar um ataque fracassado por via marítima ao país, disse o presidente Nicolás Maduro hoje, enquanto Washington alertou que tentará de todas as formas repatriá-los.

Luke Alexander Denman e Airan Berry "estão convictos, confessos, foram pegos em flagrante e já estão sendo julgados pelo Procurador-Geral da República, pelos tribunais civis da Venezuela", disse Maduro a repórteres hoje durante uma videoconferência.

"O processo será com todas as garantias e será justo", acrescentou o presidente, observando que os americanos, que foram detidos no povoado costeiro de Chuao, no estado de Aragua, "estão sendo bem tratados, com respeito".

"Eles confessaram sua culpa, violaram o direito internacional, violaram o direito venezuelano, estão nas mãos da justiça e garantiremos que a justiça será feita neste caso com esses dois americanos e com o resto dos mercenários e que a verdade veja à tona", disse Maduro.

Até o momento, cerca de 20 "mercenários" foram presos, vários deles militares venezuelanos dissidentes, durante uma "invasão" frustrada à beira-mar nas praias de Macuto, estado de La Guaira, localizadas a cerca de 40 minutos de Caracas.

"Continua a operação 'Negro Primero', que enfrenta o inimigo", disse Maduro sobre o envio de cerca de 25.000 militares para vigiar a costa venezuelana.

"Trump: o chefe direto"

O líder socialista reiterou suas denúncias contra o presidente Donald Trump, a quem ele acusa de ter contratado Jordan Goudreau, ex-proprietário militar da empresa de segurança Silvercorp, acusado por seu governo de treinar "mercenários" em território colombiano.

"O presidente Donald Trump é o chefe direto de todo o ataque", disse Maduro, mostrando um vídeo de Denman, que confessou ter sido contratado por Goudreau para a operação que tinha entre seus objetivos assumir o controle do principal aeroporto da Venezuela.

Maduro, que também acusou o presidente colombiano Iván Duque da suposta conspiração, disse que a Venezuela solicitará aos Estados Unidos a extradição de Goudreau.

Ontem, Washington considerou as acusações, que envolvem o líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido presidente interino por cinquenta países, como um "melodrama" e uma "grande campanha de desinformação" de Caracas e, hoje, alertou que usará todas as opções à sua disposição para repatriar os dois americanos.

"Se o regime de Maduro decidir retê-los, usaremos todas as ferramentas disponíveis para tentar trazê-los de volta", disse o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, a repórteres.

Guaidó afirma que afirma que as acusações as quais o Ministério Público venezuelano, de linha Chavista, abriu uma nova investigação, fazem parte de "uma nova onda ditatorial".