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Pandemia causará perdas de US$ 203 bilhões ao setor de seguros

14/05/2020 09h59

Londres, 14 Mai 2020 (AFP) - A pandemia do novo coronavírus custará um total de US$ 203 bilhões ao setor de seguros em 2020 - previu a companhia de seguros Lloyd's, de Londres, nesta quinta-feira (14).

Em um comunicado, o mercado de seguros londrino explica que o impacto do novo coronavírus é semelhante ao causado por grandes desastres naturais como os furacões Katrina, em 2005, Harvey, Irma e Maria, em 2017.

Segundo Lloyd's, o custo de US$ 203 bilhões inclui US$ 107 bilhões em indenizações, devido, por exemplo, ao cancelamento de eventos esportivos, ou culturais, e seguro de viagem. Inclui ainda US$ 96 bilhões em perdas de valor dos investimentos do grupo, devido ao colapso do mercado financeiro preocupado com a recessão que causará a paralisia das economias mundiais.

"As seguradoras de todo o mundo indenizam empresas e indivíduos afetados pela COVID-19 e propõem muitos tipos diferentes de cobertura", explica John Neal, CEO do Lloyd's de Londres.

O que torna essa pandemia "única", segundo ele, é "não apenas seu impacto social e humano, mas também suas consequências econômicas", com uma explosão do desemprego, falências de empresas e um colapso do Produto Interno Bruto (PIB) em muitos países.

Uma das instituições mais antigas do mundo dos negócios de Londres, cujas origens remontam ao século XVII, a seguradora prevê indenizar entre US$ 3 bilhões e US$ 4,3 bilhões seus clientes em todo mundo.

Esse valor pode aumentar, se o confinamento durar vários meses, alertou.

Suas previsões se baseiam, por enquanto, na manutenção das recomendações de distanciamento social até o final de junho e em uma flexibilização progressiva na segunda metade do ano.

Nas contas do Lloyd's of London, o custo da pandemia será semelhante ao dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos (4,7 bilhões), ou dos furacões de 2017 (4,8 bilhões).

Hoje, a seguradora suíça Zurich Insurance estimou em US$ 750 milhões seus custos em seguros.

E a pandemia já teve um impacto negativo nos resultados do primeiro trimestre da gigante alemã Allianz.

Os anúncios do Lloyd's de Londres coincidem com as declarações feitas no início de maio pelo grupo norte-americano IAG de que a pandemia estava se transformando na maior catástrofe que o setor de seguros já enfrentou.

A principal seguradora americana já reservou US$ 419 milhões no primeiro trimestre para cobrir apólices de seguros relacionadas à COVID-19.

Obter uma indenização pode, por vezes, ser uma batalha para as empresas fechadas por causa da pandemia, especialmente no Reino Unido.

Algumas seguradoras estão demorando, ou alegando que suas apólices não cobrem o risco de uma pandemia. Desta forma, o regulador financeiro britânico FCA foi forçado a escrever para várias delas para questionar por que se recusavam a pagar uma indenização.

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