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Sob protocolos, Acrópole de Atenas reabre após dois meses

Getty Images
Imagem: Getty Images

18/05/2020 07h23

A Acrópole de Atenas, monumento emblemático da Antiguidade, reabriu ao público hoje, como todos os sítios arqueológicos da Grécia, na presença da presidente da República helênica Katerina Sakellaropoulou, dois meses após seu fechamento devido à pandemia de coronavírus.

Na ausência de grande público para a reabertura, organizada sob forte esquema de segurança sanitária, a chefe de Estado foi uma das primeiras visitantes do Parthenon, empoleirado na rocha sagrada da Acrópole, na presença de jornalistas e funcionários com máscaras, observou uma jornalista da AFP.

"Nunca vimos tão poucas pessoas na Acrópole, é como se tivéssemos uma visita particular", declarou à AFP uma russa que veio à reabertura com o marido. O casal russo vive em Atenas há cinco anos.

Com três outros estudantes, Marinela veio "tirar uma foto para postar no site" de sua universidade, depois de ganhar um prêmio universitário. "Já visitei a Acrópole mais de dez vezes, por isso não vim especificamente para a visita", comentou a aluna no local.

Também entre os primeiros visitantes, a ministra da Cultura Lina Mendoni, com máscara cirúrgica verde no rosto, conduziu uma visita com os jornalistas presentes.

"Os sítios arqueológicos nos recebem novamente a partir de segunda-feira, 18 de maio, o primeiro passo no reinício gradual das estruturas culturais do país", informou seu ministério em comunicado no domingo.

Os museus serão reabertos apenas em 15 de junho, de acordo com o plano do governo para o desconfinamento.

Localizado no centro histórico de Atenas, o templo dórico do Partenon dedicado à deusa Atena, protetora da cidade antiga de mesmo nome, data do período clássico da Antiguidade Grega (século V a.C).

Com 2,9 milhões de visitantes em 2019, um aumento de 14,2% em relação ao ano anterior, a Acrópole é o monumento mais visitado da Grécia.

Faz parte das dezenas de tesouros arqueológicos do país, incluindo templos, estádios, teatros e cidadelas antigas: do palácio de Knossos (idade do Bronze) à Acrópole de Lindos (século II a.C) nas ilhas de Creta e Rodes, passando por Olympia, o berço dos antigos Jogos Olímpicos.

Protocolos e segurança

O objetivo dessa reabertura é "saborear com segurança os sítios arqueológicos localizados ao ar livre", indicou a ministra Lina Mendoni, no comunicado de imprensa ministerial.

A ministra destacou que "os protocolos foram adotados" de acordo com as especificidades de cada local.

"Painéis de separação foram instalados onde era necessário, como no Propylaea", monumento na entrada da Acrópole, disse ela, garantindo que os locais foram desinfetados.

A lista de medidas adotadas inclui o respeito de uma distância de pelo menos 1,5 metro entre os visitantes.

Usar uma máscara é "altamente recomendado", mas é obrigatório apenas para os guias, de acordo com o ministério.

"Durante esses dois meses de confinamento, o ministério teve tempo de melhorar o funcionamento dos locais" e adotou "um plano de segurança para visitantes e funcionários", acrescentou Mendoni no comunicado à imprensa.

Os sítios arqueológicos constituem uma renda importante para os cofres do país, cuja economia depende fortemente da indústria do turismo.

Preocupada com as deficiências crônicas de seus hospitais e a alta taxa de envelhecimento de sua população (2ª na Europa depois da Itália), Atenas reagiu rapidamente à epidemia adotando um confinamento geral em 23 de março por seis semanas.

Menos afetada pela COVID-19 em comparação com seus colegas europeus, a Grécia registra 163 mortos até o momento.

No entanto, a economia corre o risco de mergulhar "em profunda recessão", segundo o governo, apenas dois anos após a saída do país da crise da dívida.

Devido ao confinamento, a Grécia perdeu metade da temporada turística, como a maioria dos países europeus.

Depois de várias pressões, as autoridades decidiram no domingo adiantar em uma semana a abertura de tabernas, cafés e bares, agora programa para 25 de maio.

"A Grécia ganhou confiança internacional após o gerenciamento eficaz da crise do coronavírus" e "é um dos países mais seguros", comemorou Lina Mendoni.