Fake news sobre covid-19 provocam violência em povoado indígena do México
Uma prefeitura e vários imóveis foram atacados hoje durante um protesto tumultuado em um povoado indígena do México, supostamente incentivado por uma mensagem de fake news no Facebook que nega a existência do novo coronavírus e acusa as autoridades de realizarem um "ataque químico".
"Foram aproximadamente 30 pessoas, 30 delinquentes comuns que tentaram enganar as pessoas de Venustiano Carranza, confundindo-os com o problema da covid-19, dizendo que não existe", explicou o governador do estado de Chiapas (sul), Rutilio Escandón, em um vídeo publicado em suas redes sociais.
Segundo o Ministério Público, os criminosos agiram na madrugada de hoje e causaram destruição na sede da prefeitura, bem como em um comércio local e três casas.
Os desmandos teriam sido incentivados por uma postagem no Facebook — difundida por veículos de imprensa locais —, que assegura que "o coronavírus não existe" e que um drone foi derrubado no domingo passado, espalhando um pó branco, que "seca os pulmões".
Com alusões políticas, o texto acrescenta que se tratou de um "ataque químico" dos governantes regionais contra a etnia tzotzil, mas na verdade faria referência ao trabalho de sanitização realizado pelo governo local.
O governo e o MP de Chiapas condenaram a violência e advertiram que "não haverá impunidade".
O procurador Jorge Llaven disse em um vídeo que "se ativaram os protocolos de segurança" e pediu a colaboração dos moradores para localizar os responsáveis.
Durante a emergência sanitária provocada pela pandemia da covid-19, no México foram registrados outros distúrbios em localidades de estados como Michoacán (oeste) e Oaxaca (sul), durante sessões de desinfecção.
Com 120 milhões de habitantes, o México é o segundo país da América Latina depois do Brasil com o maior número de mortos na pandemia com 9.044 óbitos.
O país registra, ainda, 81.400 contágios do novo coronavírus, segundo cifras oficiais.
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