Presidente interina da Bolívia propõe adiar as eleições em 'um mês ou dois'
A presidente autoproclamada da Bolívia, Jeanine Áñez, propôs hoje o adiamento das eleições agendadas para 6 de setembro, alegando que haverá um pico de infecções por coronavírus, enquanto a lei que fixou a data aprovada pelo Congresso ainda não foi promulgada.
"Adiar [as eleições] provavelmente um mês ou dois não vai causar dano a ninguém", disse Áñez em discurso público em Tarija, no sul do país, segundo a agência de notícias oficial ABI.
Áñez recebeu na semana passada a lei aprovada pelas Câmaras de Senadores e Deputados, onde o partido do ex-presidente Evo Morales (2006-2014) tem maioria, mas até agora não a aprovou. Caso não a promulgue, a Assembleia Legislativa será convocada a fazê-lo, de acordo com a Constituição.
Com esse adiamento, "todos os bolivianos vão ganhar", afirmou a presidente, embora tenha esclarecido que "respeitará tudo o que for estabelecido pelo Supremo Tribunal Eleitoral, porque também queremos eleições".
A lei que define a data das eleições gerais para 6 de setembro foi aprovada após um acordo entre o Movimento para o Socialismo (MAS), que controla com grande maioria o Congresso, o Supremo Tribunal Eleitoral (STE), o candidato centrista Carlos Mesa e outras forças menores.
Em entrevista à emissora Red Uno, o presidente do STE, Salvador Romero, disse hoje que "a promulgação desta lei é muito importante para garantir aos cidadãos e ao país a celebração de um processo eleitoral essencial para a democracia na Bolívia".
Com sua relutância a aprovar a legislação, Áñez, que também concorre à eleição, "provoca, com toda a intenção, um sério conflito de poderes", segundo a Comunidad Ciudadana, uma frente política que apoia Mesa.
Áñez enviou à presidente do Senado, Eva Copa, uma carta pedindo que "assumisse publicamente a responsabilidade" por ter decidido que as eleições deveriam ser realizadas em 6 de setembro, momento que o governo considera que a pandemia terá atingido o ponto mais alto na Bolívia.
Copa respondeu que a data foi estabelecida pelo STE "após um acordo entre as sete forças políticas" que disputarão as eleições.
As autoridades da saúde estimam que o maior número de casos será registrado em julho e agosto, e que até o final de julho a pandemia infectaria cerca de 100 mil pessoas e deixaria entre 4 mil e 7 mil mortos. O último relatório mostra 19.073 casos e 632 mortes no país.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.