Com 1.338 óbitos, país tem 3º pior dia de mortes em 24 h, revela consórcio
O Brasil passou hoje (16) dos 900 mil casos e das 45 mil mortes por covid-19. Levantamento feito por um consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, calcula 928.834 diagnósticos e 45.456 óbitos pela doença, enquanto o Ministério da Saúde registra 923.189 casos e 45.241 vítimas fatais.
O consórcio de imprensa usa como base os boletins mais recentes de cada uma das secretarias estaduais de saúde, que, nas últimas 24 horas, registraram 37.278 novos casos e 1.338 novas mortes por covid-19. Já o Ministério incluiu hoje em suas estatísticas 1.282 novas mortes e 34.918 novos casos.
Trata-se da maior alta de casos em 24 horas já registrada nesta pandemia. O recorde anterior de diagnósticos registrado em 24 horas tinha sido no dia 30 de maio, quando a pasta contabilizou 33.274 infectados.
Quanto aos óbitos, é o terceiro maior índice já registrado, atrás dos alcançados nos dias 3 (1.349) e 4 (1.473) segundo os números da pasta. Levando-se em conta levantamento feito pelo G1 antes da formação do consórcio, este seria o segundo maior registro.
Segundo dados do levantamento, o total de casos registrados no Brasil cresceu 25% em apenas sete dias: eram 742.084 na terça-feira passada (9). A região com mais diagnósticos é o Nordeste (327.354), seguida por Sudeste (324.682), Norte (187.491), Centro-Oeste (47.877) e Sul (41.430).
Já o total de óbitos aumentou em 18% no período de uma semana (eram 38.497 há sete dias). A região do Brasil que mais perdeu vidas para a covid-19 ainda é o Sudeste (20.733), seguida por Nordeste (14.680), Norte (8.210), Sul (950) e Centro-Oeste (883).
A pandemia nos estados
São Paulo registrou hoje sua maior alta tanto no número de casos quanto no número de mortes: foram 8.825 novos diagnósticos e 365 novos óbitos contabilizados em apenas 24 horas. A capital viveu reabertura do comércio de rua e de shoppings centers na semana passada, enquanto a contaminação acelera em cidades do interior.
O mesmo vale para o Rio de Janeiro, que também viveu reabertura enquanto a pandemia avança: tem jogo de futebol marcado para amanhã (17), enquanto a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) projeta o pico de contaminação no estado para agora, no meio de junho.
No estado do Rio, o número de casos e mortes por covid-19 registrado hoje não sugere que o pico de contaminação tenha ficado para trás. A alta de 239 novos óbitos, aliás, é a maior dos últimos treze dias.
Para efeito de comparação, em que pese a subnotificação, há mais diagnósticos de covid-19 no estado de São Paulo (186.839) do que na Alemanha inteira, que registra 186,8 mil segundo o último boletim da Organização Mundial da Saúde.
Além de São Paulo, outras duas unidades da Federação registraram suas maiores altas de casos em 24 horas: Distrito Federal (1.696 novos casos) e Amapá (1.211). Entre os dez estados com mais diagnósticos de covid-19, só o Pernambuco não registrou ao menos 1 mil novos casos de ontem para hoje.
Quanto às mortes, quatro unidades da Federação registraram suas maiores altas: Paraná (30 novas mortes), Distrito Federal (29) e Santa Catarina (13).
Duas fases de contágio
Três meses após a primeira morte confirmada no país, os dados oficiais ainda escondem um número ainda maior de infectados, seja por pessoas assintomáticas, por atraso na atualização dos números ou por subnotificação.
Uma pesquisa divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calcula que, na última semana de maio, cerca de 10,5% de toda população brasileira (equivalente a 22,1 milhões de pessoas) apresentou ao menos um dos 12 sintomas associados à covid-19.
Já um estudo apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de S. Paulo) aponta que mais de 100 linhagens do novo coronavírus chegaram ao Brasil entre os meses de fevereiro e março, mas apenas três delas se expandiram pelo País. Na prática, houve duas fases de contágio antes de as autoridades determinarem o isolamento social.
Veículos se unem em prol da informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos de comunicação UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa e buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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