Espanha se dispõe a reabrir fronteiras, mas segue sendo "vulnerável", diz Sánchez
Madri, 20 Jun 2020 (AFP) - A poucas horas da Espanha reabrir suas fronteiras com os vizinhos europeus, o presidente do governo, Pedro Sánchez, alertou a população que ela continua sendo "vulnerável" ao coronavírus e que deve manter as medidas de proteção.
"O vírus pode voltar, e pode nos atingir de novo em uma segunda onda (...). Continuamos sendo vulneráveis", disse o mandatário socialista, em declaração institucional em Madri.
Para minimizar os riscos e manter sob controle a epidemia, Sánchez apelou para a responsabilidade individual: "Teremos que manter a guarda alta (...) e continuar a seguir as regras de higiene e de proteção".
"Cada um de nós pode ser um muro frente ao vírus, ou uma via de contágio, depende de nós", acrescentou.
Sánchez também ressaltou que "embora a Espanha mantenha o vírus sob controle", assim como a UE em geral, "o mesmo não ocorre em outros lugares do planeta", em referência velada ao continente americano, onde a epidemia explodiu.
O presidente fez sua declaração algumas horas antes do estado de alarme, decretado em 14 de março e que ficou em vigor por catorze semanas no país, fosse suspenso à meia-noite.
O país foi um dos mais atingidos no mundo, com balanço oficial de 28.315 mortos, e uma situação definida pelo presidente como sendo um "pesadelo".
Coincidindo com a suspensão do estado de urgência, e para tentar salvar sua temporada turística, a Espanha reabre as fronteiras aos outros Estados-Membros da UE no domingo, com exceção de Portugal, que só terá permissão para circular no país a partir de 1º de julho.
A partir do próximo mês, a Espanha também reabrirá suas fronteiras com países fora da União Europeia.
Os espanhóis poderão circular livremente por todo o país a partir deste domingo - até agora só podiam fazê-lo dentro de sua província ou região - e os turistas estrangeiros não serão mais recomendados a manter uma quarentena de 14 dias.
Apesar disso, há inúmeras medidas preventivas como parte do que o governo espanhol chama de "novo normal". O uso da máscara continuará sendo obrigatório quando não for possível manter uma distância de um metro e meio entre uma pessoa e outra.
Conforme anunciado pela presidência, 600 fiscais da saúde controlarão a chegada de todos os visitantes do exterior nos aeroportos espanhóis.
Esses visitantes devem passar suas informações de contato e endereço, e terão a temperatura verificada e inspeção visual.
Se não passarem em algum desses exames, serão atendidos por um médico e, quando necessário, atendidos pelo sistema de saúde da região a que chegaram.
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