Justiça britânica reconhece Guaidó como "presidente" em caso de ouro da Venezuela
Um juiz britânico deu razão hoje ao líder opositor Juan Guaidó, impedindo que 31 toneladas de ouro venezuelano depositadas no Banco da Inglaterra (BoE) sejam recuperadas pelo governo de Nicolás Maduro, que anunciou que vai apelar contra a decisão.
"O governo britânico reconhece o senhor Guaidó na capacidade de presidente constitucional interino da Venezuela" e, "em virtude da doutrina de 'uma única voz', o tribunal deve aceitar esta declaração como inequívoca", escreveu o juiz Nigel Teare em sua decisão.
Os advogados da diretora do Banco Central da Venezuela (BCV), presidido por Calixto Ortega, anunciaram imediatamente que apresentarão um recurso por considerar que a sentença "ignora por completo a realidade da situação no terreno".
O governo de Maduro tenta há mais de um ano e meio, sem sucesso, recuperar as 31 toneladas de ouro, avaliadas em quase um bilhão de dólares, guardadas no BoE.
Guaidó, que foi reconhecido pelo Reino Unido em fevereiro de 2019 como presidente interino do país "até que possam ser organizadas eleições presidenciais confiáveis", escreveu por duas vezes às autoridades britânicas para pedir que não entregassem os lingotes ao governo Maduro.
Em abril, o BCV voltou a solicitar o ouro, alegando que precisava vender o material para utilizar o dinheiro na luta contra a pandemia de COVID-19.
O BoE respondeu, porém, ter recebido instruções contraditórias de outra junta de direção do BCV nomeada por Guaidó.
"Nenhum dos membros da chamada 'junta diretora ad hoc' do BCV nomeados por Guaidó mora na Venezuela há alguns anos. O governo de Maduro tem o controle total da Venezuela e de suas instituições administrativas", afirmou o advogado da administração Maduro, Sarosh Zaiwalla, ao anunciar a intenção de recorrer.
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