Bolsonaro nomeia pastor evangélico seu quarto ministro da Educação
Brasília, 10 Jul 2020 (AFP) - O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira (10) o pastor evangélico Milton Ribeiro seu novo ministro da Educação, o quarto em um ano e meio de mandato.
Ribeiro, de 62 anos, pastor da Igreja Presbiteriana de São Paulo, substituirá Carlos Alberto Decotelli, que se demitiu em 1º de julho antes mesmo de tomar posse após a repercussão negativa das informações falsas contidas em seu currículo acadêmico.
O presidente anunciou sua decisão em sua conta no Facebook, dando detalhes das referências de seu escolhido.
"Indiquei o Professor Milton Ribeiro para ser o titular do Ministério da Educação", escreveu.
"Doutor em Educação pela USP, mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado em Direito e Teologia", emendou. "Desde maio de 2019, é membro da Comissão de Ética da Presidência da República".
Ribeiro foi indicado pelo próprio Bolsonaro para este cargo, cuja função é investigar ministros e funcionários do governo.
Segundo a imprensa, Ribeiro foi escolhido por pressão da ala evangélica. Também se destaca sua capacidade de diálogo, da que ele precisará em altas doses para comandar um ministério até agora dominado pela ala mais conservadora do governo, muito influenciada por Olavo de Carvalho, considerado por muitos o "guru" da ultradireita brasileira.
Os dois primeiros ministros da chamada "ala ideológica" do governo, nomeados por Bolsonaro eram "olavistas": Ricardo Vélez Rodríguez, que ficou três meses e uma semana no cargo, e Abraham Weintraub, que comandou a pasta entre abril de 2019 e junho de 2020.
A gestão de Weintraub foi marcada por vários escândalos, entre eles um tuíte racista contra a China, o principal parceiro comercial do Brasil, e ataques contra juízes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ribeiro, cuja nomeação já foi publicada no Diário Oficial, deverá, entre os muitos desafios deste ministério, gerir a volta às aulas presenciais em meio à pandemia do novo coronavírus no país que é o segundo do mundo em número de mortes e contágios, com o vírus em plena expansão.
Bolsonaro, um cético da pandemia, que defende a volta à normalidade para evitar uma debacle econômica, anunciou esta semana que está com o novo coronavírus.
Desde que assumiu o poder, em janeiro de 2019, uma dúzia de ministros foram exonerados ou se demitiram em meio a polêmicas ou por incompatibilidades com o presidente. Entre eles, dois ministros da Saúde - Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich -, em plena pandemia.
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