Dezenas de opositores são detidos em Hong Kong sob lei de segurança nacional
Cerca de 50 membros da oposição em Hong Kong foram detidos hoje sob a lei de segurança nacional, revelaram duas fontes da polícia à AFP, na maior operação até agora contra os críticos de Pequim.
As prisões somam "quase 50", duas fontes de alto escalão da polícia disseram à AFP, que pediram para permanecer anônimas.
Opositores e membros do partido relataram em suas contas no Facebook e no Twitter pelo menos 21 detenções, a maioria por "subversão".
A operação teve como alvo ex-parlamentares pró-democracia, como James To, Andrew Wan e Lam Cheuk Ting, bem como ativistas mais jovens.
Entre esses mais jovens, duas confirmaram suas prisões via Facebook: Gwyneth Ho, uma ex-jornalista de 30 anos, e Tiffany Yuen, uma vereadora distrital de 27 anos.
Pessoas ao redor de Joshua Wong, uma das figuras mais conhecidas do movimento pró-democracia, atualmente preso, relataram em sua conta no Facebook que sua casa havia sido revistada durante a mesma operação policial. A polícia de Hong Kong não respondeu a perguntas sobre a operação, o número de pessoas presas ou os motivos das prisões.
Segundo dados da oposição, as prisões estão relacionadas às primárias organizadas por partidos pró-democracia no ano passado.
Mais de 600 mil cidadãos de Hong Kong votaram nestas primárias não oficiais, que visavam escolher candidatos para as eleições legislativas de Hong Kong, para uma assembleia em que apenas metade dos 70 assentos são eleitos pelo povo.
O objetivo da campanha era conquistar todas as 35 assentos eleitos e obter a maioria na legislatura pela primeira vez.
Funcionários do poder em Pequim alertaram então que fazer campanha por uma maioria era "subversão" sob a nova lei de segurança. Esta lei foi imposta na cidade no final de junho em resposta às massivas e muitas vezes violentas manifestações pró-democracia de 2019, nas quais milhões de pessoas foram às ruas.
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