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Mortes por covid-19 nos EUA e no Reino Unido atingem recordes mesmo com início da vacinação

11.jan.2021 - Pessoas fazem filas para serem vacinadas contra a covid-19 em centro do NHS em Birmingham, na Inglaterra - Jacob King/Pool/AFP
11.jan.2021 - Pessoas fazem filas para serem vacinadas contra a covid-19 em centro do NHS em Birmingham, na Inglaterra Imagem: Jacob King/Pool/AFP

13/01/2021 19h56

Os Estados Unidos e o Reino Unido passaram pelo pior dia da pandemia, à medida que países ao redor do mundo aumentaram as restrições ao vírus na quarta-feira (13) e lançaram campanhas de vacinação em massa.

A Organização Mundial de Saúde disse que 28 milhões de doses foram administradas em todo o mundo até agora, a maioria em países ricos, e as autoridades de saúde dos EUA disseram que mais de 10 milhões de americanos já receberam suas primeiras vacinas.

Os contágios globais dispararam para mais de 91 milhões e as mortes se aproximaram da marca de 2 milhões, forçando os governos em todo o mundo a impor novas restrições, como bloqueios impopulares e dolorosos para a economia.

Os Estados Unidos continuam a ser o país mais afetado: com uma média de três mortes por minuto, o país registrou um novo recorde diário de mortes na terça-feira (4.470).

"É, sem dúvida, o período mais sombrio de toda minha carreira", admite Kari McGuire, encarregada da unidade de cuidados paliativos do hospital Santa Maria, de Apple Valley, na Califórnia, totalmente saturado.

Dados compilados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA mostraram que de 29 milhões de doses de vacinas Pfizer e Moderna enviadas para os estados até o momento, 10,2 milhões foram administradas, ou seja, o correspondente a 3,1% da população total dos Estados Unidos.

O vizinho Canadá também estava lutando para conter um surto preocupante, ordenando aos residentes de Ontário - sua província mais populosa - que ficassem em casa.

A nova cepa na América

As variantes britânicas e sul-africanas do coronavírus, principalmente contagiosas, já são encontradas em cerca de 50 países.

Oito países das Américas relataram a variante detectada no Reino Unido, enquanto dois relataram a identificação da mutação localizada na África do Sul também no mês passado, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) na quarta-feira.

Até esta quarta, 13 de janeiro, Brasil, Canadá, Chile, Equador, Jamaica, México, Peru e Estados Unidos haviam informado a variante britânica, enquanto Brasil e Canadá encontraram em suas amostras de laboratório a da África do Sul, informou Sylvain Aldighieri, gerente da incidentes para covid-19 da Opas.

"Queremos encorajar os países a aumentarem seu nível de alerta", disse Aldighieri, pedindo a "implementação estrita" das medidas de saúde pública recomendadas.

Europa volta a se confinar

Na Europa, o Reino Unido também registrou novo recorde de mortes: 1.564 em 24 horas, elevando o número total de vítimas para 84.767, o maior do continente junto com a Itália.

A Inglaterra está no meio de sua terceira paralisação nacional, com escolas fechadas e uma ordem para as pessoas ficarem em casa. Restrições semelhantes existem na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

O primeiro-ministro Boris Johnson disse aos legisladores que, embora ainda seja muito cedo, as últimas restrições estão "começando a mostrar sinais de algum efeito".

Em Portugal, o primeiro-ministro António Costa disse que o país entrará em um novo lockdown na sexta-feira.

A Suíça fechou lojas que vendiam produtos não essenciais e ordenou que as pessoas trabalhassem em casa na tentativa de evitar uma explosão no número de casos.

A Dinamarca disse que está estendendo as medidas de isolamento até 7 de fevereiro em meio ao aumento "extremamente preocupante" de infecções pela variante britânica do vírus.

E na Noruega, o governo quer impor exames obrigatórios nas fronteiras, apesar de o país já ter regras sanitárias rígidas para os visitantes.

Emergência no Japão

O Japão também ampliou hoje seu estado de emergência, já vigente em Tóquio e periferia, para sete outras regiões, que inclui as principais cidades de Osaka e Kyoto. Também vai aumentar as restrições de fronteira à medida que os casos aumentam.

"Continuamos a ver uma situação séria", disse o primeiro-ministro Yoshihide Suga, acrescentando que as medidas eram "indispensáveis".

Embora o surto no Japão permaneça relativamente pequeno, com cerca de 4.100 mortes no total, os médicos dizem que os hospitais estão sob forte pressão.

Na China, que comemorava a erradicação da pandemia, vários focos surgiram nos últimos dias, o que levou as autoridades a impor estritas restrições de deslocamentos para dezenas de milhões de pessoas.

É o caso da província de Heilongjiang (nordeste), na fronteira com a Rússia, e de Hebei, perto de Pequim, onde seus 76 milhões de habitantes estão proibidos de sair da região.

Imunização em massa

Governos de todo o mundo tentam adquirir e administrar vacinas o mais rápido possível, mesmo que, segundo a OMS, esses esforços não garantirão a imunidade coletiva em 2021.

O presidente russo, Vladimir Putin, encarregou as autoridades na quarta-feira de lançar vacinas em massa contra o coronavírus a partir da próxima semana, promovendo a vacina produzida localmente.

No Reino Unido, o governo quer lançar programas de vacinação de 24 horas "o mais rápido possível".

Uma das vacinas desenvolvidas na China, a CoronaVac, demonstrou eficácia de 50 por cento após testes no Brasil, disse a organização responsável por sua produção no país sul-americano.

Embora esse número seja muito menor do que o das vacinas Moderna e Pfizer-BioNTech, a Indonésia, o segundo país da Ásia mais atingido pela covid-19, atrás da Índia, deu luz verde ao iniciar uma campanha massiva de inoculação com ela na quarta-feira

O presidente do país, Joko Widodo, foi o primeiro a receber a dose, ao vivo pela televisão.