Europa avalia vacina Sputnik V em meio a aumento do número de infectados
Autoridades de saúde europeias iniciaram nesta quinta-feira o processo de avaliação da vacina russa contra a Covid-19 Sputnik V, em meio ao aumento do número de infectados pela doença, enquanto a Itália, que pressiona por uma aceleração da campanha de vacinação europeia, anunciou o bloqueio do envio de doses do imunizante da AstraZeneca à Australia.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou hoje que começou a examinar a vacina russa Sputnik V, cujas autoridades se declararam dispostas a fornecer doses para 50 milhões de europeus a partir de junho. "Após a aprovação pela EMA, estaríamos capacitados a fornecer vacinas para 50 milhões de europeus a partir de junho de 2021", declarou em comunicado Kirill Dmitriyev, diretor do fundo soberano russo, que contribuiu para o desenvolvimento da vacina.
A Sputnik V foi recebida com ceticismo pelos países ocidentais, mas está convencendo os cientistas, sobretudo depois que uma publicação da revista "The Lancet" apontou que ela teria uma eficácia de 91,6% nos casos sintomáticos de covid-19. Três países europeus se anteciparam à aprovação da EMA e encomendaram lotes da vacina russa: Hungria, República Tcheca e Eslováquia.
Na Europa, onde a doença já infectou mais de 38 milhões de pessoas, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais, o número de novos casos aumentou depois de seis semanas de queda, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). "Na semana passada, os novos casos de covid-19 na Europa aumentaram 9%, superando por pouco 1 milhão. Isto acaba com uma redução promissora de seis semanas", afirmou o diretor para a Europa da OMS, Hans Kluge. "Registramos um ressurgimento na Europa central e leste. Os novos casos também aumentam em vários países do oeste da Europa, onde os índices já eram elevados", completou.
Dos 53 países que integram a região Europa da OMS, que vai até o centro da Ásia, 45 já iniciaram a vacinação. De acordo com dados compilados pela AFP, na União Europeia (UE, 27 países) 2,6% da população recebeu duas doses da vacina contra a covid-19 e 5,4% ao menos uma dose.
A distribuição da vacina é mais lenta que o esperado. Até o momento a UE autorizou o uso de dois imunizantes, o da Pfizer/BioNTech e o da AstraZeneca/Oxford.
O laboratório alemão CureVac assinou um acordo com a gigante farmacêutica suíça Novartis para a produção, a partir deste ano, da vacina que está desenvolvendo, anunciou a empresa. A Novartis irá fabricar "até 50 milhões de doses" em 2021 e cerca de 200 milhões em 2022, assinalou.
O projeto de vacina do CureVac se encontra na fase 3 dos testes clínicos e é avaliado pela EMA. A Comissão Europeia assinou um contrato de 405 milhões de doses com o CureVac.
Alemanha e Suécia autorizaram hoje, depois da França, a aplicação da vacina AstraZeneca/Oxford em pessoas com mais de 65 anos. Já a Itália anunciou o bloqueio da exportação para a Austrália da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, com base em uma normativa da União Europeia.
Cenário alarmante no Brasil
Com recordes de mortes, hospitais à beira do colapso e uma campanha de vacinação lenta, o Brasil vive a fase mais letal da pandemia do coronavírus sem uma estratégia nacional para contê-la.
"Pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores", afirmou esta semana a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao ministério da Saúde. Trata-se de um "cenário alarmante" com o aumento de casos e óbitos, altos índices de síndrome respiratória aguda grave (SARS) e uma ocupação de mais de 80% dos leitos das unidades de terapia intensiva (UTI) em 19 dos 27 estados e o Distrito Federal, explicou a instituição.
O presidente Jair Bolsonaro lamentou as mortes, mas voltou a ironizar hoje as novas medidas de isolamento social impostas por governadores estaduais.
Frente ao aumento das variantes do novo coronavírus, Israel, Áustria e Dinamarca anunciaram hoje uma aliança para o desenvolvimento e produção de novas gerações de vacinas. Segundo um balanço feito nesta quinta-feira pela AFP, a pandemia já causou 2,5 milhões de mortes no mundo.
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