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Bolívia pede a EUA e Brasil para não intervirem em assuntos internos no caso Áñez

Jeanine Áñez, ex-presidente interina da Bolívia, foi presa no sábado (13/4) - DAVID MERCADO/REUTERS
Jeanine Áñez, ex-presidente interina da Bolívia, foi presa no sábado (13/4) Imagem: DAVID MERCADO/REUTERS

Da AFP, em La Paz (Bolívia)

18/03/2021 18h54

A Bolívia pediu aos Estados Unidos e ao Brasil nesta quinta-feira (18) para não intervirem em seus assuntos internos, depois que os dois países expressaram preocupação com a prisão da ex-presidente Jeanine Áñez.

O Ministério das Relações Exteriores boliviano informou em duas declarações que manteve encontros em separado em La Paz com diplomatas dos Estados Unidos e do Brasil e lembrou os acordos internacionais que convidam os países a não intervirem em assuntos de "jurisdição interna" de outras nações.

Ele lembrou à encarregada de Negócios de Washington em La Paz, Charisse Phillips, "o dever de se abster de intervir em assuntos internos" da Bolívia, e ao embaixador do Brasil, Octavio Henrique Días, a "não intervenção" no processo judicial em curso, de acordo com os textos.

Áñez foi presa na semana passada sob a acusação de sedição, terrorismo e conspiração pelo que seu antecessor e rival Evo Morales denunciou como um "golpe" contra ele.

O Departamento de Estado expressou "preocupação" com a prisão de Áñez, enquanto o presidente Jair Bolsonaro pediu que "a Bolívia mantenha em plena vigência o Estado de direito e a convivência democrática".

A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia também solicitaram o respeito às garantias judiciais e à transparência no processo.

La Paz criticou o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, na quarta-feira, por sugerir que o caso boliviano fosse levado ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.

A ex-presidente conservadora de 53 anos e seus ex-ministros da Justiça e Energia foram presos no fim de semana passado como parte de uma investigação sobre a suposta derrubada do presidente de esquerda Evo Morales.

Após os protestos que se seguiram à sua polêmica reeleição em outubro de 2019, a Polícia e as Forças Armadas pediram que Morales se afastasse, obrigando o presidente a renunciar e deixar o país.

Áñez, então segunda vice-presidente do Senado, assumiu a Presidência.

A ex-presidente está cumprindo pena de prisão preventiva de quatro meses em um presídio feminino de La Paz, onde na quarta-feira sofreu uma descompensação da qual foi tratada dentro do presídio.