OEA pede 'compromisso mais forte' dos EUA com América Latina e Caribe
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu nesta quarta-feira aos Estados Unidos "um compromisso mais forte" com a América Latina e o Caribe, destacando a necessidade de uma liderança democrática e de apoio na luta contra a Covid-19.
Em audiência no Comitê de Relações Exteriores do Senado americano, Almagro pediu que Washington colabore com os vizinhos principalmente na entrega de vacinas contra a Covid, o que os governos de China e Rússia fizeram cedo na região. "O compromisso recente dos Estados Unidos de ajudar seus vizinhos imediatos a ter acesso às vacinas é um começo bem-vindo. É necessário fazer mais, para garantir que as vacinas cheguem, também, à sua terceira fronteira - o Caribe - e a todo o continente."
A Casa Branca anunciou na semana passada que planeja enviar ao México e Canadá milhões de doses da vacina AstraZeneca, já aprovada nesses dois países, mas que aguarda a autorização da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).
Após a sua apresentação, Almagro foi consultado sobre uma suposta "diplomacia das vacinas" por parte de Moscou e Pequim. "Está claro que ambos os países pretendem usar suas vacinas como ferramenta para conquistar um conjunto mais amplo de objetivos de política externa", afirmou o senador republicano Todd Young. "Preocupa o senhor que os países recebam essas vacinas sob algumas condições potencialmente significativas?" O secretário destacou que os países buscam soluções onde podem para vacinar sua população. "Por isso, pedi um compromisso maior dos Estados Unidos."
O senador democrata Bob Menéndez, presidente do Comitê de Relações Exteriores, considerou uma prioridade que os Estados Unidos colaborem com a vacinação do restante do continente assim que possível. "Espero que a região seja um dos primeiros lugares em que miremos, por interesses nacionais próprios, não apenas como um bom vizinho."
- 'Bons amigos' -Ao abrir a audiência, convocada para discutir o estado da democracia na América Latina e no Caribe, Menéndez pediu que os Estados Unidos voltem a assumir a liderança da região. "Temos que resgatar nosso compromisso de promover a democracia como objetivo central da política externa dos Estados Unidos, não apenas porque é o correto, mas também porque isso contribui diretamente para a segurança e prosperidade de todos os americanos."
"Não fazer nada nos últimos anos teve um custo. A Rússia ampliou seu apoio aos líderes autoritários na Venezuela e em Cuba. A China começou a exportar seus sistemas de vigilância cidadã invasivos às Américas, juntamente com seus esforços para usar a influência econômica a fim de obter benefícios políticos", assinalou o senador.
Luis Almagro também pediu que os Estados Unidos assumam um papel preponderante na consolidação da governabilidade democrática em todo o continente. "São necessários bons amigos e aliados para ver políticas bem-sucedidas implementadas em um caminho democrático, e essa amizade deve estar arraigada em uma liderança constante e positiva. Se nos afastarmos dessas responsabilidades democráticas, muito em breve nos encontraremos em um hemisfério de rostos hostis, rodeados de regimes que rechaçaram a democracia optando, em troca, por uma ideologia de corrupção e repressão."
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