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Chanceler iraniano critica papel de Suleimani em áudio vazado pela mídia

O presidente iraniano (foto) ordenou uma investigação depois do vazamento da gravação de áudio - Getty Images
O presidente iraniano (foto) ordenou uma investigação depois do vazamento da gravação de áudio Imagem: Getty Images

Em Teerã

27/04/2021 09h54

O presidente iraniano, Hasan Rohani, ordenou uma investigação depois do vazamento de uma gravação de áudio com declarações do chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif, nas quais criticava o papel do falecido general Qassim Suleimani na política externa do país, informou hoje o porta-voz do governo, Ali Rabii.

"Acreditamos que este roubo de dados é uma conspiração contra o governo, o sistema, a integridade das instituições nacionais e também contra nossos interesses nacionais", disse Ali Rabii aos jornalistas.

"O presidente ordenou ao ministério da Inteligência que identifique os agentes desta conspiração", acrescentando que o conteúdo da entrevista foi "roubado por motivos óbvios", sem dar mais detalhes.

Veículos de comunicação estrangeiros, incluindo o jornal The New York Times, publicaram nos últimos dias o que afirmam ser trechos de uma gravação de uma conversa com o ministro das Relações Exteriores iraniano Mohamad Javad Zarif, sem informar como os obtiveram.

Segundo um trecho publicado pelo jornal americano, o ministro disse: "Na República Islâmica, o âmbito militar manda. Sacrifiquei a diplomacia pelo bem do campo militar", quando o "campo militar" deveria estar "a serviço da diplomacia".

Zarif não comentou a polêmica, mas publicou uma breve mensagem de áudio no Instagram nesta terça: "Acredito que vocês não deveriam trabalhar para a história... Não se preocupem tanto com a história, e sim com Deus e seu povo".

Na segunda-feira, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, Said Khatibzadeh, não negou a autenticidade da gravação, mas declarou que foi retirada de uma entrevista de sete horas que incluía "opiniões pessoais".

As declarações provocaram fortes críticas por parte dos veículos de comunicação e dos políticos conservadores, já que o caso do general Suleimani é um assunto delicado. Apelidado de "o homem do campo de batalha", Qassim Suleimani morreu em um ataque americano com drones, em Bagdá, em janeiro de 2020.