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Da escalada de violência entre Israel e os palestinos até o cessar-fogo; veja cronologia

Destroços voam e fumaça sobe após ataque aéreo israelense em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza - IBRAHEEM ABU MUSTAFA/REUTERS
Destroços voam e fumaça sobe após ataque aéreo israelense em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza Imagem: IBRAHEEM ABU MUSTAFA/REUTERS

20/05/2021 20h34

Israel e o Hamas, o movimento islâmico no poder em Gaza, anunciaram nesta quinta-feira (20) a aprovação de um acordo de cessar-fogo para encerrar mais de 10 dias de combates.

Esta é a cronologia das hostilidades, que começaram nas ruas de Jerusalém e se espalharam pela Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

Expulsão de palestinos

Em 3 de maio, distúrbios eclodiram no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, perto da Cidade Velha, durante uma manifestação em apoio às famílias palestinas ameaçadas de expulsão de suas casas para o benefício dos colonos judeus.

No dia 7, dezenas de milhares de fiéis se reúnem na Esplanada das Mesquitas - chamada de Monte do Templo pelos judeus - para a última grande oração da sexta-feira antes do fim do Ramadã, mês de jejum muçulmano.

A polícia israelense então os reprime com granadas ensurdecedoras e balas de borracha.

Já no dia 8, novos confrontos deixam cem feridos em outras áreas de Jerusalém Oriental, de acordo com o Crescente Vermelho Palestino. Também há feridos entre os policiais israelenses.

Início do conflito militar

Na noite de 10 de maio, o Hamas, no poder na Faixa de Gaza, um enclave palestino bloqueado por Israel há quase 15 anos, dispara foguetes contra Israel em solidariedade aos palestinos em Jerusalém Oriental, um setor palestino ilegalmente ocupado e anexado por Israel.

Israel realiza bombardeios mortais em retaliação contra Gaza e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que o Hamas "cruzou a linha vermelha".

No dia seguinte, o Hamas lança uma enxurrada de projéteis contra Tel Aviv, após a destruição de um prédio de 12 andares em Gaza, onde ficavam os escritórios de figuras de peso do movimento.

Israel e Hamas caminham para uma "guerra em grande escala", avisa o enviado da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland.

Confrontos nas cidades "mistas" de Israel

No dia 11, em várias cidades israelenses "mistas", onde coexistem judeus e palestinos com cidadania israelense, estouram violentos tumultos.

Os árabes israelenses, que representam 20% da população de Israel, são os palestinos que permaneceram em suas terras após a criação do país em 1948.

Mais de 400 pessoas, entre judeus e árabes, são presas.

Tanques e veículos blindados perto de Gaza

Em 12 de maio, a Rússia convoca uma reunião de emergência do Quarteto do Oriente Médio (União Europeia, Rússia, Estados Unidos e Nações Unidas).

No dia seguinte, Israel posiciona tanques e artilharia na fronteira com a Faixa de Gaza.

No dia 14, surgem protestos palestinos na Cisjordânia, outro território palestino ocupado por Israel desde 1967.

O emissário especial dos EUA para as relações israelo-palestinas, Hady Amr, chega a Jerusalém.

Edifício da AP e Al Jazeera bombardeado

Em 15 de maio, um prédio na cidade de Gaza que abrigava os escritórios da rede de televisão Al Jazeera, do Catar, e da agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) é reduzido a escombros em um bombardeio do exército israelense, que antes havia pedido sua evacuação.

Dia sangrento em Gaza

No dia 16, a aviação israelense bombardeia a casa do chefe político do Hamas, Yahya Sinwar, e 42 palestinos são mortos em outros ataques no enclave.

Durante a noite, a força aérea israelense atinge o enclave palestino dezenas de vezes, onde o Hamas e outros grupos armados disparam foguetes contra Israel.

EUA rejeitam terceiro esboço de declaração

Os Estados Unidos se opõem, pela terceira vez em uma semana, à adoção de uma declaração do Conselho de Segurança da ONU pedindo "o fim da violência" e "a proteção de civis, incluindo crianças", segundo diplomatas.

Biden pede "desescalada significativa"

Em 19 de maio, um oficial militar de alto escalão indica que Israel está estudando "a questão do momento certo para um cessar-fogo".

Nos Estados Unidos, o presidente Biden pede uma "desescalada significativa".

Israel e Hamas aprovam cessar-fogo em Gaza

Israel e o Hamas anunciam um acordo de cessar-fogo na noite desta quinta-feira, 20 de maio, para encerrar mais de dez dias de confrontos sangrentos.

Na Faixa de Gaza, o Hamas confirma a entrada em vigor desta trégua a partir das 2h locais de sexta-feira (quinta-feira, às 20h, no horário de Brasília). Além do Hamas, a Jihad Islâmica, o segundo grupo islâmico armado no enclave, confirma a trégua.

O Egito afirma que enviará duas delegações a Tel Aviv e aos territórios palestinos para garantir o respeito ao cessar-fogo, indicam fontes diplomáticas egípcias.

Os conflitos causaram mais de 230 mortes no lado palestino, cerca de 60 das quais eram crianças e muitos combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica, e 12 mortes em Israel, incluindo a de um menino de seis anos, um adolescente de 16 e um soldado.