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Ataque que incendiou sede judicial deixa ao menos um morto na Colômbia

Imagem aérea evidencia destruição após incêndio que consumiu Palácio da Justiça em Tuluá - EFE/Stringer
Imagem aérea evidencia destruição após incêndio que consumiu Palácio da Justiça em Tuluá Imagem: EFE/Stringer

De Bogotá (Colômbia)

26/05/2021 19h45

Pelo menos um jovem morreu durante um protesto que terminou com o incêndio do Palácio da Justiça no município de Tuluá, no sudoeste da Colômbia, epicentro da sangrenta revolta social que abala o país há um mês.

Camilo Andrés Arango, um universitário de 18 anos, aparentemente morreu devido a um ferimento por "arma de fogo", informou o general Jorge Vargas, diretor da Polícia Nacional, em entrevista coletiva hoje.

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Os fatos ocorreram na noite ontem, quando um protesto pacífico foi interrompido por dois homens que atacaram os uniformizados com pedras e os lançaram contra a sede do Judiciário. Segundo o responsável, o corpo sem vida do jovem foi encaminhado para um posto de saúde por volta das dez da noite.

Dois outros civis também foram baleados durante o dia de distúrbios, além de 18 empresas saqueadas, incluindo uma loja de veículos da qual 60 motocicletas foram roubadas.

A polícia não deu pistas sobre os responsáveis pelo tiroteio.

O estudante é uma das 43 vítimas fatais em quase um mês de protestos contra o governo do conservador Iván Duque, segundo contagem da Defensoria Pública.

A ONG Human Rights Watch afirma ter recebido 61 "denúncias confiáveis" sobre mortes "ocorridas desde o início dos protestos", das quais pôde constatar que 24 "estão relacionadas com as manifestações". Seriam 22 civis e dois policiais.

Desde o início das mobilizações, em 28 de abril, o departamento de Valle del Cauca, onde fica Tuluá, tem sido o epicentro das manifestações, duramente reprimidas pelas forças públicas.

Sem uma liderança ou agenda comum, os manifestantes exigem um estado mais solidário diante da devastação econômica da pandemia e uma reforma da polícia, envolvida em diversos casos de abusos.

O governo assegura que organizações armadas, como dissidentes da guerrilha dissolvida das Farc e a última guerrilha reconhecida no país, o ELN, se infiltraram no protesto para provocar vandalismo e atacar as forças públicas. Manifestantes de maior visibilidade negociam há quase duas semanas com o governo sem chegar a um acordo.

A chamada Comissão Nacional de Greve exige que o presidente reconheça os abusos da força pública durante os protestos, enquanto o governo pede o levantamento de 73 bloqueios que afetam o abastecimento de várias cidades.

O Comitê convocou novas mobilizações para esta quarta-feira e 28 de maio.