Número dois da diplomacia americana visitará China
Washington, 21 Jul 2021 (AFP) - A número dois da diplomacia americana, Wendy Sherman, viaja para a China no próximo domingo (25), tornando-se a representante de mais alto escalão do Departamento de Estado do governo Joe Biden a visitar o gigante asiático.
Sherman se reunirá com o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, em Tianjin (norte), "como parte de um esforço contínuo dos Estados Unidos para participar de intercâmbios francos" para "promover os interesses e os valores americanos", informou o Departamento de Estado, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (21).
Desde que Biden assumiu a Presidência em janeiro deste ano, o enviado especial para o Clima John Kerry foi o único membro do atual governo a visitar a China, mas apenas para tratar do aquecimento global - uma das poucas questões, em que as duas potências tentam buscar pontos de convergência.
Kerry, que visitou Xangai em abril, pediu a Pequim na terça-feira que mostre "liderança" em face da crise climática e reduza rapidamente as emissões de gases de efeito estufa.
A resposta não tardou: "A cooperação entre a China e os Estados Unidos em áreas específicas está intimamente ligada à boa saúde global das relações sino-americanas", disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.
Em março passado, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, reuniu-se com seus homólogos chineses no Alasca, um encontro que tensionou ainda mais as relações entre Washington e Pequim - sobretudo, em temas como o respeito dos direitos humanos, o tratamento dos muçulmanos uigures na China e a situação de Hong Kong.
Para Biden, este conflito é uma competição global entre autocracias e democracias.
Desde então, o governo Biden aumentou a pressão sobre Pequim, com sanções ou advertências sobre a repressão aos muçulmanos uigures, à qual se referiu como "genocídio", e sobre as liberdades em Hong Kong. Também acusou a China de envolvimento em ciberataques contra os os Estados Unidos.
Neste embate, Washington tenta recrutar seus aliados europeus e asiáticos para consolidarem uma frente comum de democracias.
A China, por sua vez, considera essas medidas como uma "interferência", uma "mentalidade de Guerra Fria" e, acima de tudo, de arrogância de Washington em querer "impor sua própria democracia ao restante do mundo".
Sherman chegará a Taijin após passar pelo Japão e pela Coreia do Sul, ambos aliados dos Estados Unidos, e também pela Mongólia, um país que recentemente melhorou suas relações com Washington.
A representante americana "discutirá os temas em relação aos quais temos sérias preocupações quanto ao comportamento da China, mas também os temas, nos quais nossos interesses convergem", declarou o Departamento de Estado.
O governo Biden afirma que quer continuar cooperando com Pequim nos grandes desafios mundiais, como o combate às mudanças climáticas, a gestão da crise sanitária e as questões relacionadas ao desarmamento.
Depois da China, Sherman viajará para Omã no dia 27.
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