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Junta de Mianmar anula resultados de eleições de 2020

Mianmar está mergulhada no caos desde que os militares assumiram o poder em fevereiro, com mais de 900 mortos na repressão à dissidência - STR/AFP
Mianmar está mergulhada no caos desde que os militares assumiram o poder em fevereiro, com mais de 900 mortos na repressão à dissidência Imagem: STR/AFP

26/07/2021 14h13Atualizada em 26/07/2021 14h32

A junta de Mianmar anulou, nesta segunda-feira (26), os resultados das eleições de 2020 que o partido de Aung San Suu Kyi venceu, declarando que não foram "nem livres nem justas", quase seis meses após o golpe de Estado que destituiu a prêmio Nobel da Paz.

As investigações detectaram mais de 11 milhões de casos de fraude nas eleições em que a Liga Nacional para a Democracia de Suu Kyi prevaleceu sobre a oposição militar, disse a comissão eleitoral da junta.

"Eles [a NLD] tentaram arrancar o poder dos partidos e candidatos não pertencentes à NLD usando indevidamente as restrições da covid-19", disse o presidente da comissão, Thein Soe.

"Não foram livres nem justas, por isso o resultado das eleições de 2020 está anulado", acrescentou.

O presidente da comissão não informou se serão realizadas novas eleições neste país de 54 milhões de habitantes.

A junta havia dito anteriormente que realizaria novas eleições em dois anos, mas também ameaçou dissolver a NLD.

Suu Kyi está presa desde o golpe e enfrenta uma série de acusações que vão desde violação das restrições ao coronavírus até importação ilegal de walkie talkies, o que pode levá-la à prisão por mais de uma década.

Mianmar está mergulhada no caos desde que os militares assumiram o poder em fevereiro, com mais de 900 mortos na repressão à dissidência, de acordo com uma organização local.