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Mulher que vestia camiseta com capa do Charlie Hebdo é atacada em Londres

Patrick Pelloux, ex-colunista da "Charlie Hebdo" mostrando a capa da revista logo após o atentado de janeiro de 2015 - Martin Bureau/AFP
Patrick Pelloux, ex-colunista da 'Charlie Hebdo' mostrando a capa da revista logo após o atentado de janeiro de 2015 Imagem: Martin Bureau/AFP

26/07/2021 10h48Atualizada em 26/07/2021 11h43

Uma mulher que vestia uma camiseta estampada com uma capa da revista satírica francesa Charlie Hebdo foi ferida levemente com arma branca no domingo (25) em Hyde Park, em Londres, informou a polícia, que pediu colaboração para encontrar o autor do ataque.

"A polícia recebeu uma ligação dos serviços de resgate às 15h34 de domingo por uma agressão em Speaker's Corner", em Hyde Park, explicou a polícia da capital em nota no domingo à noite.

"Os policiais que visitaram o local encontraram uma mulher de 39 anos com um corte pequeno na cabeça", acrescentou.

Em vídeos amplamente compartilhados nas redes sociais, uma pessoa vestida de preto se aproxima de uma mulher com uma camiseta que estampava o desenho de uma capa da revista satírica Charlie Hebdo. Em seguida, a mulher aparece com a cabeça sangrando, atendida por agentes de uma van policial que se encontrava ali perto.

A revista foi alvo de um ataque em 7 de janeiro de 2015, em sua sede no centro de Paris, depois de publicar caricaturas do profeta Maomé. Os autores do ataque, os irmãos Kouachi, mataram 12 pessoas e depois fugiram.

Segundo a polícia, a mulher atacada em Londres "foi atendida ali mesmo e depois foi levada a um hospital do centro de Londres". A vítima não corre perigo, segundo o corpo de segurança.

A polícia afirmou que encontrou uma faca perto da cena do crime e fez uma convocação para pedir a colaboração de eventuais testemunhas. Entretanto, pediu para evitar "especulações sobre o motivo do ataque".

"Estamos nas primeiras fases da investigação e estamos trabalhando duro para encontrarmos o responsável", insistiu.

O massacre do Charlie Hebdo gerou um intenso debate sobre a liberdade de expressão na França.

Em setembro de 2020, a revista reeditou as caricaturas do profeta, que causaram indignação entre a comunidade muçulmana.

Três semanas depois, um paquistanês feriu duas pessoas com uma faca em frente à antiga sede da revista.

Em outubro do mesmo ano, um jovem checheno decapitou um professor de ensino médio que mostrou algumas das caricaturas aos seus alunos em uma aula sobre liberdade de expressão.