Acusadora de Cuomo sai do anonimato e pede que governador de NY seja responsabilizado
Brittany Commisso, a mulher que denunciou o governador de Nova York, Andrew Cuomo, por assédio sexual, saiu do anonimato nesta segunda-feira (9) em uma entrevista televisiva, na qual narra como seu "trabalho dos sonhos" se tornou "um pesadelo" e pede que Andrew Cuomo seja responsabilizado.
"O governador deve ser responsabilizado. O que fez comigo é um crime. Violou a lei", disse Brittany Commisso à CBS News.
Commisso, que apresentou uma denúncia criminal contra o político na semana passada na capital estadual Albany, narrou com detalhes suas acusações, em um momento em que Cuomo enfrenta pressões para renunciar e possíveis batalhas judiciais.
Brittany Commisso é uma das 11 mulheres citadas em um explosivo relatório publicado na semana passada pela procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, que acusa Andrew Cuomo de assédio sexual. Ela está no texto de forma anônima como "assistente de direção #1".
"Eu também sou Brittany Commisso (...). Sou uma mulher, tenho uma voz e decidi usá-la", afirma na entrevista.
"Para mim, era um trabalho dos sonhos e infelizmente se tornou um pesadelo", acrescenta.
Em 25 minutos de trechos da entrevista divulgados nesta segunda-feira pela CBS, a mulher relata como o governador passou de "abraços de despedida" para "abraços cada vez mais apertados (...) com beijos na bochecha".
Depois, em uma ocasão, "girou rapidamente a cabeça para me beijar na boca", contou.
Brittany Commisso também lembrou dois incidentes mencionados no relatório, o primeiro quando o governador a agarrou no traseiro quando tiravam uma selfie. O segundo foi em novembro de 2020, em sua residência oficial, quando ele passou a mão por baixo de sua blusa para tocar seus seios.
Na terça-feira passada, o governador negou as acusações. "Quero que saibam diretamente por mim que nunca toquei ninguém de uma forma inadequada nem fiz insinuações sexuais inadequadas", afirmou em um discurso televisionado, no qual não deu indícios de que está considerando deixar o cargo.
"Talvez ele pensou que isso era normal. Mas para mim e para as outras mulheres com quem fez isso, não era normal. Não era agradável e certamente não era consensual", disse Commisso.
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