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Príncipe Andrew é notificado com denúncia de abuso sexual em caso Epstein

11.ago.2019 - Príncipe Andrew - Duncan McGlynn / Getty Images
11.ago.2019 - Príncipe Andrew Imagem: Duncan McGlynn / Getty Images

Da AFP, em Nova York (EUA)

10/09/2021 18h07

O príncipe Andrew, do Reino Unido, recebeu a notificação judicial de uma denúncia apresentada contra ele na Justiça dos Estados Unidos por uma mulher que afirma ter sido alvo de abusos sexuais quando era menor de idade, segundo um documento judicial divulgado nesta sexta-feira (10).

A notificação foi entregue ao príncipe em sua residência em Windsor no dia 27 de agosto, segundo a declaração arquivada no Distrito Sul da Justiça de Nova York.

Virginia Giuffre alega que foi "emprestada" a Andrew para manter relações sexuais com ele quando era menor de idade pelo financista norte-americano Jeffrey Epstein, que se suicidou em sua cela em um presídio de Nova York em 2019, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual de menores.

Giuffre denunciou Andrew no mês passado, alegando que o príncipe tinha abusado dela sexualmente na residência de Ghislaine Maxwell, uma amiga de Epstein, em Londres, há mais de 20 anos.

A mulher também afirma que foi abusada por Andrew na mansão de Epstein, em Nova York, e em Little St. James, a ilha particular que o financista possuía nas Ilhas Virgens Americanas, no Caribe.

Por sua vez, o príncipe de 61 anos nega categoricamente as acusações de Giuffre e garantiu que não se lembra de tê-la conhecido. Contudo, isso não foi suficiente para evitar que a imagem da família real britânica fosse prejudicada.

Um representante de Giuffre afirmou em um documento que entregou a notificação a um policial no portão principal da propriedade de Andrew, mas que não se encontrou com o segundo filho da rainha Elizabeth II.

Já um porta-voz do príncipe não quis comentar essa informação ao ser questionado pela AFP.

Andrew, divorciado, pai de duas filhas e ex-piloto de helicóptero da Marinha Real britânica que participou da guerra das Malvinas contra Argentina em 1982, foi forçado a renunciar às suas obrigações reais no final de 2019.

Tal decisão foi tomada após uma entrevista concedida à emissora BBC, na qual defendeu sua relação de amizade com Epstein, gestor de um fundo multimilionário e próximo da nata da elite financeira e política, que inclui nomes como Bill Gates, Bill Clinton e Donald Trump.

No entanto, o príncipe divulgou um comunicado pouco tempo depois, no qual garantiu que, "inequivocamente", lamentava a sua "associação imprudente" com Epstein.

Desde então, Andrew vem tentando se distanciar dos holofotes e tem se mantido recluso. Uma de suas raras aparições públicas ocorreu em abril, durante o funeral de seu pai, o príncipe Philip, duque de Edimburgo, no castelo de Windsor, ao lado de outros membros da família real.

Ghislaine Maxwell, por sua vez, se declarou inocente em abril das acusações de recrutamento de jovens moças para Epstein. A realização do julgamento está prevista para 29 de novembro.

Já Giuffre invocou a Lei de Vítimas Infantis para denunciar o príncipe britânico, pois tinha 17 anos na época dos fatos alegados. A primeira audiência está prevista para acontecer na próxima segunda-feira (13).