Juíza autoriza entrega ao Congresso de documentos de Trump sobre invasão do Capitólio
Um tribunal dos Estados Unidos autorizou na noite de ontem que os documentos relacionados à invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump, ocorrida em 6 de janeiro, sejam entregues a uma comissão de investigação do Congresso, apesar das tentativas do ex-presidente de evitar essa medida.
"O tribunal considera que o interesse público está em permitir, e não proibir, a vontade combinada dos poderes Legislativo e Executivo de estudar os acontecimentos que ocorreram e conduziram ao 6 de janeiro", escreveu a juíza federal Tanya Chutkan em sua decisão.
Trump queria impedir que a Comissão de Investigação da Câmara dos Representantes, controlada pelos democratas, recebesse centenas de documentos, incluindo a lista de pessoas que o visitaram ou telefonaram para ele no dia do ataque ao Capitólio.
As mais de 770 páginas de documentos incluem também material sobre as atividades de seu ex-chefe de gabinete Mark Meadows, o ex-conselheiro sênior Stephen Miller e do ex-conselheiro adjunto Patrick Philbin.
Trump também pretendia manter em sigilo o diário da Casa Branca, um registro de suas atividades, viagens, reuniões e ligações telefônicas.
Outros documentos que o ex-presidente não deseja liberar acesso ao Congresso são os memorandos dirigidos a sua ex-secretária de imprensa, Kayleigh McEnany, uma nota manuscrita sobre os acontecimentos de 6 de janeiro e um rascunho do discurso que Trump fez em um comício pouco antes do ataque.
O republicano invocou o direito do Poder Executivo de manter certas informações em sigilo.
Os advogados de Trump mostraram vontade de apelar da decisão, segundo o jornal "Washington Post".
A comissão da Câmara que investiga a invasão do Congresso iniciou na terça-feira uma nova rodada de intimações de membros do círculo do ex-presidente, incluindo Kayleigh McEnany, que foi porta-voz da Casa Branca.
Em 6 de janeiro, milhares de simpatizantes do presidente republicano invadiram a Câmara de Representantes dos Estados Unidos em uma tentativa de bloquear a validação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.
Pouco antes do ataque, Trump discursou para uma multidão a centenas de metros do Capitólio e denunciou, sem apresentar provas, que foi vítima de fraude nas eleições presidenciais de novembro de 2020.
A investigação parlamentar quer ouvir os depoimentos de funcionários próximos ao ex-presidente que podem revelar o que Trump sabia sobre o ataque antes que acontecesse e o que fez durante e depois da ação de seus simpatizantes.
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