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EUA: Comitê que investiga ataque ao Capitólio intima principais assessores de Trump

4.jan.2021 - O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante ato de apoiadores em Dalton, na Geórgia - Mandel Ngan/AFP
4.jan.2021 - O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante ato de apoiadores em Dalton, na Geórgia Imagem: Mandel Ngan/AFP

Da AFP

09/11/2021 00h34Atualizada em 09/11/2021 07h38

Os congressistas que investigam a invasão de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos decidiram nesta segunda-feira intimar assessores do ex-presidente Donald Trump, acusados de conspirar para tentar reverter a derrota do mesmo nas eleições presidenciais de 2020.

O congressista John Eastman está entre os assessores convocados para explicar seu papel nas conversas ocorridas no hotel Willard InterContinental nos dias próximos do ataque, em que uma multidão de apoiadores de Trump invadiu o Congresso para impedir a certificação da vitória do democrata Joe Biden.

Eastman é acusado, entre outras coisas, de ter escrito um memorando dizendo a Trump que o vice-presidente, Mike Pence, tinha autoridade para rejeitar os resultados em alguns estados e negar a vitória de Biden. Ele também teria organizado uma reunião em 2 de janeiro, na qual disse a cerca de 300 congressistas que era seu dever consertar "essa conduta ultrajante e garantir que não estejamos colocando na Casa Branca uma pessoa que não foi eleita".

"Seus documentos e depoimento são diretamente relevantes para a investigação do seleto comitê, já que o senhor parece ter sido fundamental em aconselhar o presidente Trump que o vice-presidente Pence podia determinar que eleitores seriam reconhecidos em 6 de janeiro, um ponto de vista aparentemente compartilhado por muitos daqueles que atacaram o Capitólio", aponta o comitê na intimação dirigida a Eastman.

Os outros intimados são principalmente assessores ou membros oficiais da campanha de Trump, responsáveis por apoiar a falsa tese de que a eleição presidencial foi roubada. Entre eles estão o ex-comandante da polícia de Nova York Bernard Kerik e o ex-porta-voz da campanha Jason Miller, presentes no hotel Willard em 5 de janeiro.

"O seleto comitê precisa saber todos os detalhes sobre seus esforços para reverter a eleição, incluindo com quem eles falavam na Casa Branca e no Congresso, que ligações tinham com comícios que se transformaram em tumultos, e quem pagou por tudo isso", disse Bennie Thompson, presidente do comitê.

Essa é a primeira rodada de intimações emitidas pelo comitê desde que a Câmara dos Representantes pediu ao Departamento de Justiça para apresentar acusações criminais por desacato contra o aliado de Trump Steve Bannon, por contestar uma ordem para comparecer ao Congresso.