G7 pede 'medidas urgentes' contra a variante ômicron de 'risco muito alto' segundo a OMS
Genebra, 29 Nov 2021 (AFP) - A nova variante ômicron do coronavírus representa um "risco muito elevado" para o planeta, advertiu nesta segunda-feira (29) a Organização Mundial da Saúde (OMS), paralelamente ao aumento do número de países em que foi detectada, uma situação que levou o G7 a pedir "medidas urgentes".
Em reunião de emergência convocada pelo Reino Unido, que detém a presidência temporária do G7, os ministros da Saúde dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Japão e Reino Unido reconheceram a importância de garantir o acesso às vacinas.
Para isso, ressaltaram a necessidade de "preparar" os países para receber as doses, fornecendo "assistência operacional, cumprindo nossos compromissos de doação, abordando a desinformação sobre vacinas e apoiando a pesquisa e o desenvolvimento".
Em um comunicado conjunto divulgado após a reunião, os ministros elogiaram o fato da África do Sul ter detectado a nova variante e alertado aos demais.
Pouco antes da reunião, a OMS alertou que a nova variante representava um "risco muito alto" para o mundo.
No entanto, também afirmou que as incógnitas permanecem, especialmente em termos de letalidade, gravidade dos sintomas ou nível de proteção das vacinas.
"Até o momento não se registrou nenhuma morte associada à variante ômicron", tranquilizou a organização.
A Assembleia Mundial da Saúde, órgão supremo de tomada de decisões da OMS, se reúne desde domingo até terça-feira. Seus membros concordaram em iniciar negociações para criar um instrumento internacional para prevenir e combater melhor futuras pandemias.
África do Sul "castigada"
A ômicron foi identificada pela primeira vez na semana passada na África do Sul.
O país registrou nas últimas semanas um rápido aumento dos contágios: no domingo foram 2.800 novos casos, contra 500 da semana anterior. Quase 75% das infecções contabilizadas nos últimos dias foram provocadas pela nova variante.
O anúncio da detecção da nova variante provocou pânico e em poucas horas muitos países, incluindo Estados Unidos, Indonésia, Arábia Saudita e Reino Unido, adotaram restrições aos visitantes procedentes do sul da África.
Estas medidas foram consideradas um "castigo" pelas autoridades sul-africanas.
Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse estar "muito preocupado" com o isolamento desta área da África e sublinhou que o povo africano não pode ser "responsabilizado pelo nível imoralmente baixo de vacinas disponíveis" no continente.
Alguns países retrocederam na flexibilidade das viagens dos últimos meses: foi o caso do Japão, que anunciou o fechamento das fronteiras para a entrada de visitantes, ou de Israel, com um caso confirmado, que proibiu a entrada de estrangeiros.
E na Austrália, o governo suspendeu os planos de reabrir as fronteiras para determinados trabalhadores e estudantes.
Quanto aos Estados Unidos, o presidente Joe Biden disse segunda-feira que não prevê "neste momento" novas restrições de viagens. Segundo ele, a variante "é motivo de preocupação, não de pânico".
O país proibiu desde segunda-feira a entrada da maioria dos viajantes de oito países do sul da África.
Ômicron se expande
Muitos países já detectaram casos associados a essa variante, desde o Reino Unido à Alemanha, passando pela Espanha, Canadá, Holanda e Israel. E a lista não para de crescer, com infecções em Portugal, Áustria ou Escócia, onde foram registados seis novos casos nesta segunda-feira.
Na Holanda, 14 viajantes da África do Sul testaram positivo para a nova variante. Em Portugal, também foram detectados casos, com 13 jogadores de futebol de um clube local infectados. A Espanha notificou um primeiro caso em um hospital de Madri, a capital.
Diante dos temores das autoridades e da população, os fabricantes de vacinas AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Moderna e Novavax disseram estar confiantes em sua capacidade de lidar com a ômicron.
E o presidente chinês, Xi Jinping, prometeu na segunda-feira um bilhão de doses da vacina contra o coronavírus para a África, na forma de doações ou apoio à produção local.
A Rússia, por sua vez, garantiu que já estava desenvolvendo uma versão de sua vacina Sputnik V voltada especificamente para a variante, no "improvável evento" de que o soro atual não seja suficiente.
No Reino Unido, o governo anunciou que estenderá a todos os maiores de 18 anos a administração de uma terceira dose da vacina contra a covid-19.
A covid-19 causou quase 5,2 milhões de mortes no mundo desde que a doença invadiu a China em dezembro de 2019, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP na segunda-feira.
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