Papa chega em Chipre para uma visita focada na migração
Nicósia, 2 dez 2021 (AFP) - O papa Francisco chegou nesta quinta-feira (2) em Chipre, primeira parada de uma viagem de cinco dias que também incluirá a Grécia, países nos quais defenderá o acolhimento humanitário dos migrantes e o diálogo entre as diferentes igrejas.
Esta é a segunda visita de um papa ao país, uma ilha habitada principalmente por cristãos ortodoxos, depois da feita por Bento XVI em 2010.
O avião do pontífice argentino, de 84 anos, pousou às 14h52 no horário local (09h52, no horário de Brasília) no aeroporto de Larnaca, no sul de Chipre.
Durante a viagem, um dos jornalistas que o acompanhava entregou-lhe pedaços emoldurados de tecido das tendas utilizadas pelos migrantes em Calais (norte da França), onde muitos esperam para cruzar o Canal da Mancha e chegar ao Reino Unido. "É terrível", respondeu o pontífice, visivelmente comovido.
Em sua chegada, as autoridades deram as boas-vindas ao Papa Francisco com uma banda e o tapete vermelho estendido sob um sol escaldante.
"Bem-vindo ao Chipre" e "nós te amamos, Papa Francisco", cantou um grupo de crianças, uma delas carregando uma bandeira libanesa. "Rezem pelo Líbano", gritavam.
O pontífice dirigiu-se em seguida à catedral maronita de Nossa Senhora da Graça, em Nicósia, onde se encontrou com o patriarca desta igreja católica oriental - que representa menos de 1% da população cipriota, mas está presente na Síria e no Líbano -, o cardeal Béchara Rai.
Francisco fará dois discursos em Nicósia, dividida desde 1974 entre a República de Chipre, membro da União Europeia, e a autoproclamada República Turca do Norte de Chipre (TRNC), reconhecida apenas pela Turquia.
"Com a sua ajuda, as coisas podem acontecer, é nossa esperança", disse Moncia Despoti, uma maronita de 55 anos que esperava a chegada do papa.
- "Aproximar a humanidade ferida" -Na sexta-feira, o papa celebrará uma missa em um estádio de Nicósia, diante de 7.000 fiéis e uma oração ecumênica com os migrantes, perto da "linha verde", a zona desmilitarizada administrada pela ONU que divide a cidade e a ilha em duas partes, um gesto considerado particularmente simbólico.
A missa será o único evento com participação da comunidade católica cipriota, composta por cerca de 25.000 pessoas (entre 5.000 e 7.000 maronitas), numa população de um milhão, a maioria ortodoxa.
"Será uma viagem às fontes da fé apostólica e da fraternidade entre os cristãos de várias denominações", anunciou o papa na audiência geral de quarta-feira.
O diálogo com os ortodoxos, que se separaram da Igreja Católica em 1054 durante o grande cisma entre o Oriente e o Ocidente, é uma das prioridades do pontificado de Francisco.
Será também a ocasião para "aproximar a humanidade ferida" e tantos migrantes que buscam esperança", acrescentou o Papa.
Segundo o governo cipriota, estão em curso negociações com o Vaticano para a transferência de várias famílias de migrantes para a Itália, como aconteceu em 2016 durante a sua primeira visita à ilha grega de Lesbos, quando levou três famílias sírias para Roma.
As autoridades de Chipre afirmam receber o maior número de pedidos de asilo da União Europeia em comparação com a sua população.
Bur-kv-bl/zm/grp/me/ap
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.