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UE adverte Mianmar com novas sanções e apoia embargo de armas

Militares do Exército avançaram com um veículo, no início do mês, contra manifestantes pró-democracia reunidos em Yangon, em Mianmar - AFP
Militares do Exército avançaram com um veículo, no início do mês, contra manifestantes pró-democracia reunidos em Yangon, em Mianmar Imagem: AFP

Da AFP

30/12/2021 07h25Atualizada em 30/12/2021 07h48

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou, nesta quinta-feira (30), que o bloco está pronto para adotar novas sanções contra Mianmar e defendeu um embargo de armas contra o país - uma ideia lançada pelos Estados Unidos.

"Dada a escalada da violência, tornam-se necessárias ações preventivas suplementares em nível internacional, incluindo um embargo de armas. A UE está pronta para impor novas sanções ao regime militar", garantiu Borrell em nota oficial.

A declaração de Borrell foi divulgada após a condenação da comunidade internacional de um massacre atribuído ao Exército birmanês. Restos mortais carbonizados de cerca de 35 pessoas, entre elas quatro crianças e vários trabalhadores humanitários, foram descobertos no país.

O chefe da diplomacia europeia também condenou os ataques contra a população civil nos estados birmaneses de Kayah e Karen, que deixaram "milhares de pessoas deslocadas".

"O ataque a civis e agentes humanitários é inaceitável e uma flagrante violação dos direitos humanos e do direito internacional, incluindo o direito humanitário", disse Borrell.

Na terça-feira (28), o governo americano pediu a suspensão de todas as vendas de armas para a junta militar birmanesa.

Este país se encontra mergulhado no caos desde o golpe de Estado de fevereiro deste ano. Segundo um grupo local de monitoramento das vítimas, mais de 1.300 foram mortas, em meio à violenta repressão, por parte da junta, contra opositores do regime.

Os Estados Unidos impuseram uma série de sanções aos líderes da junta militar e, assim como outros países, passaram a restringir as armas para o Exército birmanês. A UE bloqueia, por sua vez, a venda de equipamentos que possam ser usados na repressão.

Desde o golpe militar, a UE adotou um pacote de sanções contra 30 funcionários e seis entidades birmanesas por sua relação com a repressão sangrenta. Além disso, a UE bloqueia toda ajuda financeira direta destinada ao governo birmanês e autoriza apenas o repasse de ajuda estritamente humanitária.