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Coreia do Norte diz que lançou 'mísseis táticos guiados' em 4º teste de armas

2.set.2021 - O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, discursa em encontro do Partido dos Trabalhadores da Coreia - Korean Central News Agency via Reuters
2.set.2021 - O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, discursa em encontro do Partido dos Trabalhadores da Coreia Imagem: Korean Central News Agency via Reuters

Da AFP

18/01/2022 08h37Atualizada em 18/01/2022 09h01

A Coreia do Norte informou, nesta terça-feira (18), o lançamento de dois mísseis táticos guiados no dia anterior, em seu quarto teste de armas desde o início do ano.

Esta reativação do programa de armas norte-coreano levou os Estados Unidos a imporem novas sanções ao regime, que continua, no entanto, a rejeitar as ofertas de negociação de Washington.

Pyongyang respondeu às novas sanções, enfatizando seu "direito legítimo" de se defender e, em 2022, já testou mísseis hipersônicos, mísseis táticos guiados e projéteis lançados de uma plataforma ferroviária.

Denunciado no dia anterior pela Coreia do Sul, o teste mais recente envolveu dois "mísseis táticos guiados" que "atingiram precisamente uma ilha-alvo no Mar do Leste da Coreia", segundo a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.

O lançamento "confirmou a precisão, segurança e eficiência operacional do sistema de mísseis em produção", acrescentou.

Na véspera, o Exército sul-coreano havia reportado o lançamento de dois supostos "mísseis balísticos de curto alcance", lançados de perto de Pyongyang, que teriam viajado 380 quilômetros a uma altitude de 42 km. O Japão também detectou os disparos.

Essa espiral de novos testes ocorre em um momento delicado na região. A China, principal aliada de Pyongyang, sediará os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em pouco mais de duas semanas, e a Coreia do Sul se prepara para as eleições presidenciais em março.

O regime norte-coreano aproveita a desculpa das sanções dos Estados Unidos para realizar testes planejados previamente para diminuir sua distância em termos de armamentos com o Sul, segundo um analista.

Pyongyang "está muito distante neste momento em sua rivalidade com Seul", aponta Cheong Seong-chang, do Centro de Estudos da Coreia do Norte do Instituto Sejong.

"Mesmo que tenha a bomba nuclear, não está em condições de usá-la, a menos que seja atacado primeiro e só pode usar armas convencionais para um possível conflito militar na área de fronteira", ressalta.

Por enquanto, as negociações com os Estados Unidos estão "fora da mesa", já que Pyongyang não vai aceitá-la até que Seul e Washington suspendam seus exercícios militares conjuntos - algo que a Casa Branca descartou, acrescenta.

Na segunda-feira, os Estados Unidos pediram à Coreia do Norte que encerre "suas atividades desestabilizadoras e ilegais" e exortou o líder Kim Jong-un a retornar ao diálogo "sem pré-condições".

Acelerado desde setembro, seu programa militar não esconde a crítica situação econômica do país, mergulhado em sanções internacionais e pelo autoconfinamento imposto para impedir a propagação do coronavírus.

Na tentativa de aliviar esta situação, o comércio transfronteiriço com a China foi restabelecido no domingo. Foi o primeiro comboio de mercadorias da Coreia do Norte enviado para o gigante asiático desde o início de 2020.