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Conflito com Rússia pode provocar deslocamento de até 2 mi de ucranianos, diz ONG

Tanque russo durante exercício militar na fronteira com a Ucrânia - Sergey Pivovarov/Reuters
Tanque russo durante exercício militar na fronteira com a Ucrânia Imagem: Sergey Pivovarov/Reuters

Da AFP

03/02/2022 06h10Atualizada em 03/02/2022 07h34

Até dois milhões de pessoas que vivem perto da linha de frente na região leste da Ucrânia podem ser forçadas a um deslocamento em caso de intensificação do conflito, advertiu a ONG Conselho Norueguês (NRC) para Refugiados, em um momento de grande tensão com a Rússia.

"As vidas e a segurança de milhões de pessoa no leste da Ucrânia estão em jogo enquanto esperamos por uma solução política para o atual impasse", afirmou Jan Egeland, secretário-geral do (NRC), em um comunicado depois de visitar a região.

"Não devemos subestimar o sofrimento humano de um novo conflito, com o aumento de baixas civis, um deslocamento em massa e um aumento das necessidades humanitárias", destacou.

Os países ocidentais estão preocupados com uma possível invasão da Rússia, que concentrou quase 100.000 soldados na fronteira. O Kremlin nega planos para uma ofensiva.

O leste da Ucrânia está em conflito desde 2014, uma situação que ficou ainda mais tensa com a anexação da península da Crimeia pela Rússia e uma rebelião de separatistas pró-Rússia contra Kiev.

A guerra já provocou mais de 13 mil mortes.

Em caso de intensificação do conflito, "até dois milhões de pessoas que moram em uma área de 20 quilômetros dos dois lados da frente no leste da Ucrânia sofrerão uma ameaça maior de violência e deslocamento", advertiu o NRC.

A organização destaca que já há 850 mil deslocados e três milhões de pessoas que dependem de assistência humanitária.

"As hostilidades ativas devem piorar drasticamente a situação humanitária existente, com necessidades já altas após anos de violência", acrescentou.

O NCR alertou que qualquer agravamento do conflito "reverterá o progresso significativo" dos últimos anos, que reduziram o número de pessoas dependentes de ajuda humanitária, de cinco milhões em 2015 para três milhões atualmente.