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Boris Johnson: Sinais dados pela Rússia na Ucrânia soam 'contraditórios'

Ainda que a Rússia sinalize recuo na fronteira, "informações que estamos vendo hoje não são animadoras", disse - Adrian Dennis/AFP
Ainda que a Rússia sinalize recuo na fronteira, 'informações que estamos vendo hoje não são animadoras', disse Imagem: Adrian Dennis/AFP

Em Londres (Reino Unido) e em Madri (Espanha)

15/02/2022 11h25Atualizada em 15/02/2022 11h30

As últimas informações da fronteira russo-ucraniana ainda não são "animadoras" para uma desescalada, apesar do anúncio da retirada de alguns soldados e da "abertura" ao "diálogo" por Moscou, disse hoje o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

"As informações que estamos vendo hoje não são animadoras. Hospitais de campanha russos estão sendo construídos perto da fronteira com a Ucrânia, em Belarus, o que só pode ser interpretado como preparação para uma invasão", e "mais grupos táticos de batalhão estão se aproximando da fronteira", disse Johnson.

Assim, apesar de "vermos uma abertura russa ao diálogo", há também "sinais contraditórios", disse Johnson, apelando aos países ocidentais para que se mantenham "firmes e unidos" sobre possíveis sanções econômicas, em particular contra empresas russas nos mercados financeiros de Londres.

Os países ocidentais temem que os mais de 100 mil soldados russos nas fronteiras com a Ucrânia estejam preparando uma invasão.

Moscou, que já anexou a Crimeia em 2014 e apoia separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia há oito anos, nega essas acusações e diz que se sente ameaçada pela expansão da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) para o Leste Europeu.

Por isso, exige garantias de que a Ucrânia não entrará para a Aliança Atlântica e que esta organização retirará a infraestrutura militar da região.

Avaliação alemã

Também hoje a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, disse que o anúncio da Rússia de que parte das unidades mobilizadas perto da fronteira ucraniana voltariam para as bases deve ser acompanhado de "ações".

"Qualquer passo verdadeiro de desescalada seria um momento de esperança. Mas, até agora, só há anúncios, e precisamos de fatos", disse Baerbock em entrevista coletiva em Madri, depois de se reunir com o homólogo espanhol José Manuel Albares.

"Ainda é muito cedo, estamos verificando se realmente é uma verdadeira desescalada, o que seria uma boa notícia", afirmou também Albares.