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Guerra da Rússia-Ucrânia

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EUA e China se reúnem em Roma para abordar guerra na Ucrânia

Yang Jiechi, diretor do gabinete central de Relações Exteriores da China, e Jake Sullivan, conselheiro de segurança da Casa Branca dos EUA, se reunirão em Roma - Frederic J. Brown/Anna Moneymaker/AFP
Yang Jiechi, diretor do gabinete central de Relações Exteriores da China, e Jake Sullivan, conselheiro de segurança da Casa Branca dos EUA, se reunirão em Roma Imagem: Frederic J. Brown/Anna Moneymaker/AFP

14/03/2022 10h24

Dois diplomatas do alto escalão dos Estados Unidos e da China iniciaram, nesta segunda-feira (14), discussões sobre a Ucrânia, em meio a informações do New York Times de que a Rússia solicitou ajuda econômica e militar da China para a guerra e contornar as sanções ocidentais.

O conselheiro de Segurança Nacional americano, Jake Sullivan, e o chefe da diplomacia do Partido Comunista Chinês, Yang Jiechi, "discutirão os atuais esforços para gerenciar a competição entre nossos dois países e o impacto da guerra da Rússia contra a Ucrânia na segurança regional e global", informou no domingo a porta-voz do conselheiro, Emily Horne.

As discussões começaram hoje em um hotel da capital italiana, num clima de total discrição.

Uma declaração à imprensa não será divulgada no final da reunião, disse à AFP a embaixada dos Estados Unidos na Itália.

Segundo a imprensa americana, a Rússia pediu ajuda militar e econômica à China para sua guerra na Ucrânia.

A notícia foi divulgada horas depois que a Casa Branca alertou Pequim de que enfrentaria sérias "consequências" se ajudasse Moscou a contornar as sanções econômicas impostas pela guerra, segundo o New York Times, citando fontes oficiais anônimas.

As fontes se recusaram a explicar exatamente o que a Rússia solicitou ou se a China respondeu, de acordo com o jornal.

Quando questionado sobre as supostas solicitações, um porta-voz da embaixada chinesa em Washington disse a vários meios de comunicação: "Nunca ouvi falar sobre isso".

Horas antes, a Casa Branca havia anunciado que uma delegação de alto nível dos Estados Unidos se reuniria com um alto funcionário chinês em Roma.

Pequim se recusou a condenar diretamente Moscou por lançar a invasão ao país vizinho e culpou a "expansão ocidental" da Otan pelo agravamento das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, ecoando a principal reclamação de segurança do Kremlin.

Sullivan organizou uma coletiva de imprensa no domingo para dizer que a Casa Branca estava "monitorando de perto" se a China forneceria apoio econômico ou material à Rússia para ajudá-la a evitar o impacto das sanções.

"É uma preocupação nossa, e comunicamos a Pequim que não vamos esperar ou permitir que nenhum país compense a Rússia por perdas resultantes das sanções econômicas", disse no programa "State of the Union" da CNN.

Sullivan esclareceu que, embora não queira "ameaçar" a China, o rival econômico mais importante dos EUA, "estamos comunicando direta e privadamente a Pequim que haverá consequências se houver esforços em larga escala para evitar sanções".

Pequim insistiu na semana passada que a amizade com a Rússia permanece "sólida", apesar da condenação internacional contra Moscou, e expressou sua intenção de se oferecer como mediador para acabar com a guerra.