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Saltadora e com 8 olhos: A aranha brasileira que foi a 50.000ª registrada

A aranha Guriurius minuano - Divulgação/Damián Hagopián
A aranha Guriurius minuano Imagem: Divulgação/Damián Hagopián

Em Genebra

06/04/2022 21h12Atualizada em 07/04/2022 08h47

A aranha Guriurius minuano vive na América do Sul e se tornou a 50.000ª espécie deste tipo de aracnídeo oficialmente registrado, mas ainda há muito a descobrir, segundo o Museu de História Natural de Berna.

A Guriurius minuano foi oficialmente registrada em 6 de abril no Catálogo Mundial de Aranhas (World Spider Catalog ou WSC), compilado pelo museu da capital federal suíça.

A nova espécie, que deve seu nome a uma tribo desaparecida do sul do Brasil, os Minuano, foi descoberta pela especialista em aracnídeos Kimberly S. Marta e colegas brasileiros, informou o museu em um comunicado na segunda-feira (4).

Guriurius minuano faz parte da família Salticidae ou aranhas-saltadoras, que é a maior das famílias de aracnídeos.

Esta espécie tem especialmente oito olhos, quatro na frente da cabeça e dois em cada lado. As Salticidae têm excelente visão.

A Guriurius minuano caça suas presas em cercas vivas e árvores no sul do Brasil, mas também no Uruguai e nos arredores da capital argentina, Buenos Aires.

O Museu de História Natural de Berna destaca que, embora tenham sido necessários 265 anos desde a descrição científica da primeira aranha em 1757 para se chegar a descrever metade das espécies prováveis, o ritmo das descobertas de novas espécies continua aumentando.

Especialistas estimam que levará pelo menos 100 anos para a comunidade científica internacional registrar a segunda metade.

Todas as aranhas terão seu nome no World Spider Catalog, que pode ser visualizado gratuitamente, e que reúne tudo relacionado à taxonomia das aranhas.

"As aranhas são os predadores mais importantes em habitats terrestres e sua importância ecológica não deve ser subestimada", disse o comunicado.

Além disso, são o principal regulador das populações de insetos, dos quais consomem entre 400 e 800 milhões de toneladas por ano, segundo a nota.

"Por isso, são de grande importância para os humanos", afirma o museu.