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China e 10 países do Pacífico não alcançam acordo de segurança

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi - Phoonsab Thevongsa
Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi Imagem: Phoonsab Thevongsa

30/05/2022 06h23Atualizada em 30/05/2022 06h49

As conversas entre o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e 10 países insulares do Pacífico fracassaram nesta segunda-feira (30) na tentativa de alcançar um grande acordo de segurança, em meio a críticas de que o pacto empurraria a região para a "órbita de Pequim".

A reunião de cúpula virtual de líderes e ministros das Relações Exteriores tinha o objetivo de debater propostas para aumentar consideravelmente a participação da China na segurança, economia e política do Pacífico Sul. Mas alguns governantes regionais expressaram profunda preocupação.

"Como sempre, damos prioridade ao consenso", declarou após a reunião o coanfitrião do encontro e primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama, indicando que seria necessário uma ampla concordância antes de assinar qualquer "novo acordo regional".

O ministro chinês está em Suva, capital de Fiji, em uma campanha diplomática de 10 dias. A China disputa com os Estados Unidos e seus aliados a influência no Pacífico, que tem importância estratégica.

Antes da visita de Wang, a China propôs um pacto com o qual Pequim se comprometia a treinar a polícia das ilhas do Pacífico, atuar na cibersegurança, ampliar os vínculos políticos e mapear áreas marítimas sensíveis em troca de maior acesso a recursos naturais.

Pequim ofereceu ainda milhões de dólares em ajuda financeira, a perspectiva de um acordo de livre comércio entre a China e as ilhas do Pacífico e acesso ao vasto mercado chinês de 1,4 bilhão de pessoas.

Após a reunião a portas fechadas desta segunda-feira, Wang anunciou apenas que 10 países do Pacífico concordaram com memorandos de entendimento sobre a Nova Rota da Seda, uma iniciativa chinesa de infraestruturas.

As potências ocidentais são hostis à influência chinesa na região e o Departamento de Estado americano advertiu os países do Pacífico Sul para que desconfiem dos "acordos obscuros e vagos, com pouca transparência".