Rússia envia reforço e mata ao entrar em Sievierodonetsk, diz Ucrânia
As forças russas realizaram hoje uma ação ofensiva nos arredores de Sievierodonetsk, cidade na região de Lugansk, leste da Ucrânia. Ao menos dois civis morreram, segundo o serviço de emergências e o governador da região, Sergey Gaidai. "Os russos entraram nos arredores de Sievierodonetsk, mataram dois cidadãos, feriram cinco", disse Gaidai.
De acordo com o Ministério da Defesa da Ucrânia, "o inimigo está fixado nos arredores nordeste e sudeste de Sievierodonetsk". "Para fortalecer o grupo de tropas, ele transferiu munições e equipamentos do território da Federação Russa para certas áreas", disse o relatório de hoje. Segundo Gaidai, a Rússia "usou todas as armas possíveis, usa aeronaves". O Ministério da Defesa da Rússia disse hoje que atacou "veículos aéreos não tripulados ucranianos" na região.
A Defesa ucraniana tem observado que "as unidades do agressor estão se concentrando em operações ofensivas para cercar nossas tropas nos distritos de Lysychansk e Sievierodonetsk e bloquear as principais rotas logísticas". As duas cidades são vizinhas.
Em pronunciamento em vídeo na noite de ontem, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que capturar Sievierodonetsk é uma tarefa considerada "fundamental" para os russos. Segundo ele, a estrutura da cidade foi destruída e "90% das casas estão danificadas".
"Estamos fazendo de tudo para repelir essa ofensiva. Não houve um dia em que não tentássemos encontrar mais armas, armas mais modernas para defender nossa terra, defender nosso povo", disse.
Sievierodonetsk, cidade de 100.000 habitantes antes da guerra, é atacada há várias semanas pelas tropas russas e os separatistas pró-Moscou. Dezenas de civis morreram nos bombardeios.
Sievierodonetsk e Lysychansk ficam a mais de 80 quilômetros ao leste de Kramatorsk, que virou o centro administrativo do Donbass ucraniano desde que os separatistas apoiados por Moscou tomaram o controle da parte leste da região em 2014.
Mais ataques
Hoje, a guerra russa na Ucrânia entrou em seu 96º dia. Segundo a Defesa ucraniana, houve registros de ataques em diversos pontos do país, como Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, no leste do país, e que ontem recebeu a visita de Zelensky.
Na região de um Lugansk, um jornalista francês foi morto hoje em um veículo de evacuação.
Na cidade natal do presidente ucraniano, Kryvyi Rih, um contra-ataque foi realizado em relação à ofensiva russa. As forças da Ucrânia também disseram ter repelido ataques em Odessa, no sul do país, destruindo mísseis russos.
Em Mykolaiv, no sul da Ucrânia, o Ministério da Defesa da Rússia disse ter atingido uma fábrica de construção naval. No local, os russos disseram ter destruído "mais de 15 tanques ucranianos e veículos de combate de infantaria".
Doação
O grupo de música ucraniano Kalush Orchestra, vencedor do concurso Eurovision, leiloou o troféu do evento e recebeu US$ 900 mil (cerca de R$ 4,2 milhões), quantia doada a uma fundação de apoio às Forças Armadas do país.
O troféu, um grande microfone de vidro com o logotipo do Eurovision, foi colocado em leilão no Facebook até sábado e foi adquirido pela empresa Whitebit, especializada no comércio de bitcoins. "Vocês são incríveis", anunciou o grupo no Facebook no domingo. "Um agradecimento especial à equipe da Whitebit, que comprou o troféu por 900.000 dólares e agora é a proprietária legítima".
O dinheiro arrecadado no leilão, que permitia a participação com criptomoedas, será doado à Fundação Prytula, que ajuda o exército ucraniano, informou o grupo no Instagram.
A Kalush Orchestra ganhou o Eurovision em 14 de maio com a canção "Stefania", que mistura hip-hop e música tradicional ucraniana. A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, foi excluída da disputa.
Visita francesa
A das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, visitou hoje Bucha, nas proximidades de Kiev. Após a saída dos soldados russos da cidade no fim de março e da descoberta de centenas de cadáveres de civis ucranianos, Bucha virou o símbolo dos crimes de guerra atribuídos à Rússia pela Ucrânia.
"Isto não deve acontecer, não deve voltar a acontecer", disse a chefe da diplomacia francesa após visitar uma igreja ortodoxa que exibe fotografias dos massacres.
A ministra também falou da contribuição da França para a investigação dos supostos crimes de guerra. Paris enviou agentes ao local para estabelecer um procedimento de análise e identificação dos cadáveres ao lado dos investigadores ucranianos. Colonna é a principal autoridade francesa a visitar a Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
(Com AFP)
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