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Protestos contra o governo no Uzbequistão deixam 18 mortos

O presidente uzbeque Shavkat Mirziyoyev participa de uma entrevista coletiva em Tashkent, Uzbequistão, em 15 de abril de 2019 - Mukhtar Kholdorbekov/REUTERS
O presidente uzbeque Shavkat Mirziyoyev participa de uma entrevista coletiva em Tashkent, Uzbequistão, em 15 de abril de 2019 Imagem: Mukhtar Kholdorbekov/REUTERS

04/07/2022 06h17Atualizada em 04/07/2022 06h43

O Ministério Público do Uzbequistão informou nesta segunda-feira que 18 pessoas morreram em confrontos entre manifestantes contrários ao governo e as forças de segurança no noroeste do Uzbequistão, onde o governo não tolera qualquer tipo de oposição.

"Dezoito pessoas morreram devido aos ferimentos sofridos durante os grandes distúrbios em Nukus", disse Abror Mamatov, representante do MP, segundo a agência Ria Novosti.

A Guarda Nacional do Uzbequistão informou que os protestos deixaram 243 feridos.

O presidente do país, Shavkat Mirziyoyev, anunciou no domingo "vítimas" entre os civis e a polícia após os protestos de sexta-feira e sábado contra um projeto de reforma constitucional que reduz a autonomia de Karakalpakstan, uma região pobre do noroeste uzbeque e da qual Nukus é a capital.

O Uzbequistão decretou no sábado estado de emergência para a região. Ao mesmo tempo, Mirziyoyev prometeu renunciar ao projeto de emenda constitucional.

O estado de emergência entrou em vigor à meia-noite de domingo e deve prosseguir até 2 de agosto.

Mirziyoyev também acusou os organizadores das manifestações de "se esconderem por trás de slogans políticos" para tentar "tomar o controle dos prédios oficiais do governo local" e apreender armas.

A reforma previa que a república, de dois milhões de habitantes, perderia oficialmente o sstatus de "soberana" e o direito de organizar um referendo de autodeterminação.

As manifestações espontâneas são raras e consideradas ilegais no Uzbequistão, o país mais populoso entre as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, com 35 milhões de habitantes.