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Bombardeios mortais russos atingem usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia

Dnipropetrovsk, que foi alvo de bombardeios russos que deixou pelo menos 13 mortos, fica próxima à usina nuclear de Zaporizhzhia - Ed Jones/AFP
Dnipropetrovsk, que foi alvo de bombardeios russos que deixou pelo menos 13 mortos, fica próxima à usina nuclear de Zaporizhzhia Imagem: Ed Jones/AFP

10/08/2022 07h23

A Ucrânia acusou nesta quarta-feira (10) a Rússia de realizar ataques que mataram 14 civis em áreas próximas à central nuclear de Zaporizhzhia, controlada por russos desde março.

O G7, grupo das principais economias do mundo, afirmou que o controle russo desta central nuclear, a maior da Europa, "coloca a região em perigo".

Dnipropetrovsk, a área bombardeada durante a madrugada, é uma região no centro-este ucraniano até agora relativamente segura, para onde civis do Donbass estão sendo evacuados.

Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente pelos ataques aos arredores da central nuclear que deixaram 11 feridos, cinco em estado grave, informaram as autoridades.

"Passamos uma noite horrível (...) É muito difícil retirar os corpos dos escombros", afirmou o governador Valentin Reznichenko em uma mensagem divulgada no Telegram.

"Peço que todos sigam para locais seguros durante o ataque aéreo (...) Não deixem que os russos os matem", acrescentou.

O balanço inclui também um mulher que morreu no bombardeio de Kushuhum, uma cidade na região de Zaporizhzhia.

O chefe do conselho regional, Mikola Lukashuk, disse que os ataques afetaram diretamente uma estação elétrica local, deixando milhares de pessoas sem eletricidade.

- Pedido do G7 -

As tensões reavivaram o fantasma da catástrofe de Chernobyl, o pior acidente nuclear da história, que aconteceu em 1986 em uma central soviética no território da Ucrânia.

A operadora ucraniana Energoatom afirmou que as forças russas tentavam restabelecer a conexão terrestre entre a central de Zaporizhzhia e a Crimeia.

Os bombardeios em Dnipropetrovsk foram lançados um dia depois de uma grande explosão em um aeródromo militar na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Moscou insiste que as explosões foram causadas por munições e não por tiros ucranianos. Kiev não desmentiu até agora esta versão.

- "Muitos disparos" -

Os combates também continuaram na bacia do Donbass, formada pelas regiões de Donetsk e Luhansk, onde as tropas russas avançam gradualmente.

A cidade de Soledad, em Donetsk, se encontra sob bombardeios constantes.

As tropas russas tentam fazer da localidade um ponto de apoio para avançar rumo a Bakhmut, uma região importante. Lá, seis pessoas morreram por ataques russos na tarde desta quarta-feira, informou Kiev.

Em Soledad, os ecos das bombas e da artilharia soam nos edifícios de janelas quebradas. Alguns dos poucos habitantes que restaram se protegem dos ataques aéreos em porões.

"A maioria fugiu. Dá muito medo. Há muitos disparos", disse Svitlana Klimenko, de 62 anos. "Só quero ir embora para envelhecer normalmente, morrer naturalmente e não assassinada por um míssil".

-Economia de energia na Europa-

A guerra tem afetado gravemente o fornecimento de grãos da Ucrânia e provocado uma crise alimentar internacional.

Mas alguns navios conseguiram sair dos portos ucranianos carregados de grãos nos últimos dias, graças a um acordo entre Moscou e Kiev negociado com mediação das Nações Unidas e Turquia.

As sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia -a última, um embargo sobre o carvão russo que entrará em vigor à meia-noite- trazem temores de que Moscou possa cortar o fornecimento de gás. 

Por isso, os países da UE começaram a implementar medidas para economizar energia, como restrições ao uso de ar condicionado e iluminação em edifícios públicos e comércios na Espanha e a redução da iluminação pública em Viena.

bur-neo/emp/emd/mar/zm/jc

© Agence France-Presse